Ibovespa e outros ativos brasileiros têm prêmio de risco atrativo, mas não banque o “herói”
O Ibovespa, o dólar e as taxas de juros no Brasil estão com prêmio de risco atrativo aos investidores, apesar do cenário internacional desafiador, avalia o gestor da TAG Investimentos, Dan Kawa.
Para ele, o mercado brasileiro já está bastante descontado e pode servir como margem de segurança no portfólio.
Porém, o CIO da TAG alerta: os ativos brasileiros não devem melhorar nos próximos três a seis meses.
“O mercado doméstico vai ficar com muita volatilidade enquanto não tiver visibilidade melhor no cenário internacional, suscetível a novas rodadas de depreciação”, reitera.
Por isso, Kawa avalia que não é o momento de ser “herói”, em termos de alocação de recursos. “O vento contrário do mercado internacional eleva a fragilidade local.”
Ele observa que a mudança de narrativa nos mercados globais, de inflação para recessão, tende a provocar uma nova rodada de correção nos preços dos ativos de risco. “Ativos internacionais ainda não são uma boa opção”, afirma o gestor.
Ibovespa entre a inflação alta e a recessão
O gestor explica que o cenário é mais desafiador porque a inflação tende a seguir elevada, apesar da desaceleração econômica. “Portanto, os bancos centrais não podem se dar ao luxo de alterar o processo de aumento dos juros”, diz.
Isso significa que a tendência para o Ibovespa é de baixa, puxada pela queda nos preços das commodities, enquanto as taxas de juros não conseguem “fechar” tanto.
“Mas a Bolsa está sim com muito ativos baratos, oferecendo um retorno substancial de dois a cinco anos, e NTN-B [título do Tesouro Direto indexado ao IPCA] é uma ótima defesa”, avalia o CIO da TAG.
Nesse cenário de aversão ao risco, o Brasil segue como refém da espiral negativa internacional. “ Os ativos brasileiros tendem a ser contaminados até mais do que as pelas questões locais”, pondera.
Risco fiscal torna defesa local mais frágil
O risco fiscal continua sendo o principal desafio no Brasil, capaz de potencializar os impactos vindos do exterior. Para o gestor da TAG Investimentos, a chamada “PEC Kamikaze” aprovada no Congresso nesta semana torna a defesa fiscal muito mais frágil.
“A grande dúvida é qual vai ser a nova âncora fiscal do Brasil”, explica Kawa. Segundo ele, já há consenso no mercado financeiro de que o teto de gastos terá de ser rediscutido.
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