Renda variável: Ibovespa, dólar, bitcoin, FIIs… Veja os melhores e piores investimentos de março
Março foi positivo para o mercado de ações brasileiro, que continuou se beneficiando da entrada de estrangeiros. O Ibovespa fechou o mês com valorização de 6,06%, mostrando-se um dos melhores investimentos em renda variável do período, destaca a Genial Investimentos.
Alguns fatores foram responsáveis pela valorização:
- melhor dinâmica internacional na expectativa de uma resolução para o conflito entre Rússia e Ucrânia; e
- sinalização de Selic terminal para 2022 próxima de 12,75% ao ano, permitindo a recuperação das ações com maior exposição ao mercado doméstico, principalmente dos setores que possuem uma correlação inversa com a curva longa de juros.
Com a boa performance de março, o principal índice da Bolsa brasileira encerrou o primeiro trimestre de 2022 com alta de mais de 15%.
Outro destaque positivo em renda variável foi o S&P 500, que terminou com ganhos de 3,71%.
O Índice de Fundos Imobiliários (Ifix) também terminou março no campo positivo, com uma valorização de 1,42%.
Parte do movimento de alta pode ser justificado pela expectativa do mercado de que a política monetária contracionista do Banco Central esteja perto do fim, explica a Genial.
“Outro fator que influencia o mercado de fundos imobiliários é a possível resolução do conflito entre a Rússia e Ucrânia, trazendo maior otimismo aos investidores”, completa.
Investimento brilhante
O ouro continuou entre os destaques, atraindo investidores que buscam fugir de ativos de risco e estão à procura de um “safe haven”.
“Considerado como uma reserva de valor, o metal costuma ser demandado por sua liquidez e escassez em momentos de crise, atrativo em épocas de grandes incertezas”, destaca a Genial.
O que pode reverter o quadro positivo do metal, além de uma resolução do conflito no Leste Europeu, é a inflação persistente, fazendo os bancos centrais aumentarem os juros de seus países (movimento que já começou nos Estados Unidos, em março).
Piores do mês
Dois investimentos se destacaram negativamente, segundo a Genial. O Bitcoin (BTC) foi um deles, acumulando uma queda de 2,12% em real, resultado da apreciação da moeda local.
Em dólar, a criptomoeda reportou uma valorização de 5,4%, impulsionada pelas incertezas trazidas pelo conflito na Ucrânia.
Segundo a Genial, a incerteza acaba levando os investidores a comprar criptomoedas como forma de proteção.
“As criptomoedas também podem ser utilizadas pela Rússia para driblar sansões do ocidente, impulsionando a demanda”, acrescenta a corretora.
O principal investimento negativo em renda variável de março foi o dólar. Em janeiro e fevereiro, o real teve uma valorização de 6,77% frente ao dólar. No mês de março, a alta foi de 8%.
O que tem dado impulso ao câmbio brasileiro é a guerra entre Rússia e Ucrânia, que tem impacto no mercado de commodities.
Com a aplicação das sanções contra a Rússia e a crise na Ucrânia, a cadeia de suprimentos global se viu sem dois importantes exportadores de commodities, levando a uma redução drástica de oferta de produtos como petróleo, gás natural, milho, trigo, fertilizantes e metais.
“Como o Brasil é um grande produtor e exportador de commodities, este aumento dos preços dos produtos exportados pelo país gerou melhora nos termos de troca e na conta-corrente do balanço de pagamentos, aumento do fluxo de recursos financeiros e aceleração da valorização cambial”, comenta a Genial.
A expectativa dos analistas é de que essa oferta restrita deve continuar por mais alguns meses, mantendo a trajetória de valorização do real.
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