Mercados

Ibovespa dispara mais de 3% embalado pelo exterior; Azul e CVC Brasil saltam quase 10%

18 maio 2020, 11:35 - atualizado em 18 maio 2020, 11:35
Mercados Ibovespa
A temporada de balanços continua no radar, com os números de Marfrig previstos para após o fechamento (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

O tom positivo prevalecia no mercado acionário brasileiro nesta segunda-feira, com o Ibovespa acima de 80 mil pontos, após uma semana negativa, em recuperação respaldada pelo cenário externo, diante de expectativas ligadas ao relaxamento de medidas de confinamento e recuperação de economias.

A temporada de balanços também continua no radar, com os números de Marfrig (MRFG3) previstos para após o fechamento, assim como a cena política, com a primeira etapa da sessão na bolsa paulista também marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações.

Às 11:35 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) subia 3,18%, a 80.020,13 pontos.

O Ibovespa à vista acumulou queda de mais de 3% na última semana, marcada por forte volatilidade.

Nos Estados Unidos, os futuros dos índices acionários subiam com ganhos generalizados entre os setores, de automóveis a petróleo, uma vez que muitos países relaxam as restrições sobre empresas e atividades sociais, alimentando as esperanças de uma recuperação econômica global.

O viés também era positivo nos pregões na Europa, com investidores esperando por uma recuperação econômica gradual à medida que muitos países flexibilizam os bloqueios causados pelo coronavírus.

Dia de recuperação para o petróleo (Imagem: Reuters/Christian Hartmann)

Ainda, os preços do petróleo avançavam, com o Brent, referência internacional, tocando máxima de um mês, em meio a um otimismo com a reabertura de economias e cortes de oferta por importantes países produtores.

“Os ativos de risco estão abrindo a semana em tom de otimismo, na ausência de notícias relevantes no final de semana”, disse o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimento, destacando entrevista do chairman do Federal Reserve, em que reiterou ter munição para eventuais novas rodadas da crise.

Em entrevista ao programa da CBS “60 Minutes”, Jerome Powell também afirmou que os dados mais importantes para a economia dos Estados Unidos no momento são as “métricas médicas” sobre a pandemia de coronavírus.

O assessor da Casa Branca Kevin Hassett também disse nesta segunda-feira que o governo dos EUA está preparado para adotar mais medidas se necessário para sustentar a economia do país durante o surto de coronavírus.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Destaques

Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) subiam 8,12% e 5,99%, encontrando respaldo na queda de mais de 1% do dólar ante o real, além das perspectivas de reabertura de economias.

BNDES socorre setor aéreo brasileiro, arrasado pela pandemia de coronavírus (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

Na última sexta-feira, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou que as três principais aéreas que atuam no país aceitaram as condições financeiras da operação de socorro de bancos para o setor.

CVC Brasil (CVCB3) mostrava acréscimo de 8,34%, entre os destaques positivos com o alívio na alta do dólar ante o real, além do cenário mais favorável com o relaxamento nas medidas de confinamento, que têm prejudicado a operadora de turismo.

Petrobras (PETR3PETR4) avançavam 6,78% e 6,01%, respectivamente, na esteira do salto dos preços do petróleo no mercado internacional.

Vale (VALE3) valorizava-se 5,68%, após os futuros do minério de ferro na China registrarem a maior alta diária em 10 meses. A Vale também informou que retomou as operações de carregamento em seu centro de distribuição na Malásia, o chamado Terminal Marítimo Teluk Rubiah.

Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) avançavam 2,77% e 3,27%, respectivamente, embalados pela melhora no apetite a risco, enquanto investidores seguem acompanhando medidas contra os efeitos econômicos do novo coronavírus com reflexos nocivos para o sistema financeiro.

Marfrig (MRFG3) perdia 1,92% antes do balanço do primeiro trimestre após o fechamento, em sessão de perdas para o setor de proteínas, em meio à queda do dólar ante o real. JBS (JBSS3) caía 2,70% e Minerva (BEEF3) cedia 3,68%.

Suzano (SUZB3) recuava 4,60%, em movimento também determinado pela taxa de câmbio, que ainda enfraquecia Klabin (KLBN11), negociada em baixa de 3,04%.