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Ibovespa dispara e bitcoin cai 21%; veja os melhores e piores investimentos de renda variável de janeiro

03 fev 2022, 14:08 - atualizado em 03 fev 2022, 14:08
Ibovespa foi o investimento de renda variável que teve a maior valorização em janeiro de 2022 (Imagem: arturmarciniecphotos)

O Ibovespa (IBOV) foi o investimento de renda variável que teve a maior valorização em janeiro de 2022, segundo levantamento da Genial Investimentos.

O principal índice da bolsa de valores brasileira subiu 6,98%, sendo esse seu melhor desempenho mensal desde novembro de 2020, quando subiu 9,30%.

O movimento positivo foi justificado pela forte entrada de investidores estrangeiros na B3, com R$ 32,49 bilhões somente no mês de janeiro, na busca por empresas baratas e ligadas à commodities diante do cenário global de inflação esperado para este ano.

As ações da B3 (B3SA3), Hapvida (HAPV3), Itaú Unibanco (ITUB4), Azul (AZUL4) e Bradesco (BBDC4) tiveram as maiores altas do mês e, do lado negativo, Locaweb (LWSA3), Alpargatas (ALPA3ALPA4), IRB Brasil (IRBR3), Embraer (EMBR3) e  Braskem (BRKM5) foram os destaques de queda.

Para os próximos meses, os analistas da Genial mantêm uma visão positiva para ações brasileiras de grande liquidez e ligadas à commodities como “porto seguro” e alocação estratégica.

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Bitcon, destaque negativo do mês

Na ponta negativa do ranking, o bitcoin foi o investimento que fechou janeiro com a maior desvalorização, caindo 21,5% em real.

Segundo a Genial, as principais razões para a performance ruim do ativo foram a expectativa de retirada mais rápida de estímulos econômicos pelo Federal Reserve (Fed) e o receio de maior regulação das criptos.

Por aumentar a rentabilidade de ativos de menor risco, a elevação das taxas de juros tende a diminuir a atratividade de ativos mais arriscados, como ações ou criptomoedas.

O Fed vem sinalizando que deve acentuar a alta das taxas de juros ao longo de 2022.

Do lado regulatório, o presidente da SEC, Gary Gensler, disse que corretoras de criptomoedas serão regulamentadas.

Uma eventual regulamentação poderia colocar barreiras de entrada à investidores no mercado de cripto. O temor de maior regulação e ambiente macroeconômico desfavorável criou uma tempestade que afetou todo o mercado de cripto. A ethereum, por exemplo, também caiu 30,93% em real no mês passado.

Mais investimentos que caíram

Quem também não teve um janeiro fácil foi o dólar, que desvalorizou 5% frente ao real.

Segundo analistas, a troca de ações dos países desenvolvidos, que tiveram forte valorização nos últimos anos, por ações de países emergentes, principalmente de empresas de produtoras de commodities, gerou fluxo de dólares para os emergentes valorizando suas respectivas moedas, inclusive o real.

Além disso, o fato do Banco Central brasileiro ser o primeiro banco central a reagir à aceleração da taxa de inflação no início de 2021, com forte aumento da taxa de juros, tornou o país mais atraente ao capital internacional de curto prazo.

Ainda no último mês, o S&P 500 apresentou queda de 5,3% – a pior performance mensal desde março de 2020 e o pior janeiro desde 2009 – e o Ifix fechou janeiro em leve queda de 1%, atingindo os 2.776 pontos, impactado pela abertura da curva de juros e pela discussão a respeito da decisão da CVM em relação ao fundo imobiliário Maxi Renda.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.