Ibovespa desliza com aversão a risco do mercado; Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) não ajudam
O Ibovespa iniciou a semana com leve queda, sem a ajuda de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3). Apesar de iniciar o pregão desta segunda (30) em alta, dados sobre as contas públicas e a nova revisão da Selic no Relatório Focus reforçaram uma aversão a risco no mercado.
O IBOV fechou em queda de 0,69%, a 131.816,44 pontos, derretendo 3% no mês.
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De acordo com Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital, além da incerteza fiscal, outros fatores também demonstram alerta no cenário nacional.
“O mercado de trabalho aquecido e a bandeira tarifária de energia que aumentou, devido às queimadas, demonstram que a economia brasileira está super aquecida em contramão dos outros países, e que provavelmente teremos novo aumento da Selic na próxima reunião”, afirmou.
Mendonça lembra que este foi o melhor trimestre do ano para o Ibovespa, com destaque para agosto, o que pode abrir espaço para realizações.
“O Brasil está com o mercado aquecido, o que fez com que as empresas tivessem bons resultados divulgados”, explica. “O que pode atrapalhar, na minha visão, é o fiscal do país”.
As altas e baixas do Ibovespa
Com a tensão no Oriente Médio escalando após os recentes ataques de Israel no Líbano, o preço do petróleo caiu. Devido a isso, algumas petroleiras como Brava Energia (BRAV3), Prio (PRIO3) e Petrobras caíram 0,84%, 0,57% e 0,28%, respectivamente.
Além disso, com um cenário de juros mais altos, a Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3) caíram 3,0% e 4,08%, respectivamente, durante a sessão. A Americanas (AMER3) esteve nas maiores baixas do dia, com queda de 9,71%
Já outra varejista, Assaí (ASAI3), despencou 8,0% após a Receita Federal determinar arrolamento de ativos da empresa no valor de R$ 1,265 bilhão, devido a contingências tributárias.
Vamos (VAMO3) fechou em alta de 1,69%, após subir mais de 4% pela manhã.
A alta dos papéis acontece após a companhia comunicar ao mercado a intenção em desmembrar a Vamos, a qual ficaria apenas com locação de caminhões, máquinas e equipamentos, e combinar o braço de locação da companhia à Automob, também subsidiária da Simpar.
Na ponta positiva, a Azul (AZUL4) voou 4,87%, devido às negociações ativas dos acordos com arrendadores para reestruturar a dívida. O pregão de hoje marcou a 4ª alta consecutiva da companhia aérea.