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Ibovespa desaba com Wall Street e apaga ganhos de 2022

05 maio 2022, 12:29 - atualizado em 05 maio 2022, 12:29
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Às 12:03 (de Brasília), o Ibovespa caía 3,4%, a 104.655,23 pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O principal índice da bolsa brasileira afundava nesta quinta-feira, em linha com Nova York, após alta na véspera por causa de mensagem mais suave do Federal Reserve (Fed) quanto aos juros.

O mercado local também digeria a sinalização do Banco Central de uma elevação menor do que 1 ponto percentual na próxima reunião de política monetária.

Vale e Itaú Unibanco eram as maiores pressões ao índice e varejo e tecnologia estavam entre os setores de pior desempenho. Suzano e Klabin eram as únicas altas.

Às 12:03 (de Brasília), o Ibovespa caía 3,4%, a 104.655,23 pontos. O volume financeiro era de 8,5 bilhões de reais.

O índice avançou 1,7% na quarta-feira, acompanhando salto das bolsas em Wall Street, após o presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, descartar uma alta de 0,75 ponto percentual por ora no juro dos Estados Unidos. A declaração veio na sequência do anúncio de elevação em 0,5 ponto, como esperado.

As ações em Nova York revertiam o movimento nesta quinta-feira, impactadas pela queda firme dos papéis de tecnologia – o Nasdaq afundava 4,3%.

“Tem a devolução do mercado aqui por conta do movimento lá fora em Nova York”, diz Camila Abdelmalack, economista na Veedha Investimentos. “Por mais que mercado entenda que a postura do Fed não foi tão agressiva assim, o fato é que na curva de juros dos EUA a elevação de 0,75 ponto continua sendo a mais provável”

Internamente, havia impacto ainda da decisão de política monetária do BC, divulgada na noite da véspera. A alta de 1 ponto da Selic era amplamente esperado e os investidores focaram na indicação do BC de uma alta de menor magnitude na próxima reunião, sem especificar se isso representaria o fim do ciclo.

Uma série de balanços corporativos negativos também pesava sobre o humor dos investidores na cena doméstica.

Destaques

BRF (BRFS3) desabava 8,5%, após a processadora de aves e suínos anunciar um prejuízo de 1,58 bilhão de reais no primeiro trimestre, com impacto da inflação no consumo e nos custos operacionais da empresa no Brasil. A recomendação do papel foi cortada pelo JPMorgan a “underweight”.

Magazine Luiza (MGLU3) perdia 9,7%, Via (VIIA3) cedia 5,3% e Americanas (AMER3) caía 5,8%. Ações de varejo haviam disparado na véspera. Em tecnologia, TOTVS caía 8,2%, também após balanço na véspera, com aumento de receitas ofuscada por maiores despesas no primeiro trimestre. Inter (BIDI11) recuava 6,2%.

CSN (CSNA3) afundava 7,7% após balanço. Gerdau (GGBR4) perdia 1,8%, também após resultados e anúncio dividendos e recompra de ações. Vale (VALE3) tinha queda de 2,3%, mesmo com alta dos contratos futuros de minério de ferro na China.

Petrobras (PETR4) registrava recuo de 1,7%, mesmo com os preços do petróleo em alta. A estatal divulga resultado do primeiro trimestre após o fechamento do mercado.

Suzano (SUZB3) acelerava 2,6%, em meio à alta do dólar e após a companhia lucrar 10,3 bilhões de reais no primeiro trimestre, à medida que operações com derivativos impulsionaram o resultado financeiro da produtora de celulose. A empresa vê mercado global da matéria-prima com oferta restrita e custo caixa estável. A rival KLABIN UNIT expandia 1,8%.

Ambev (ABEV3) retraía 3,8%. O lucro líquido da cervejaria veio acima do esperado pelo mercado no primeiro trimestre, diante de maiores volumes e efeito positivo de resultado financeiro.

Pão de Açúcar (PCAR3) diminuía 3,7%, após o dono da rede Pão de Açúcar registrar fracos resultados operacionais de janeiro a março, ainda que recursos da venda da bandeira Extra de hipermercados tenham impulsionado o lucro.

Hapvida (HAPV3) tinha queda de 6,8%. Na véspera, a Câmara dos Deputados aprovou projeto que estabelece piso salarial para enfermeiros, mas a sanção do projeto depende da definição de uma fonte de financiamento.

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