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Ibovespa desaba 2,5% com aumento das tensões entre EUA e China

05 ago 2019, 19:20 - atualizado em 05 ago 2019, 19:21
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O pessimismo cresceu após o ministério chinês de Comércio informar que empresas do país pararam de comprar produtos agrícolas dos EUA  (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A Bovespa seguiu a derrocada global, diante da escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, com o principal índice acionário doméstico caindo ao piso em mais de um mês.

O Ibovespa caiu 2,51%, a 100.097,75 pontos, para a mínima de fechamento desde 18 de junho. O volume financeiro da sessão somava 17,86 bilhões de reais. Antes do ajuste, índice fechou abaixo do patamar de 100 mil pontos. Apenas dois papéis fecharam no azul, Marfrig e IRB.

O pessimismo cresceu após o ministério chinês de Comércio informar que empresas do país pararam de comprar produtos agrícolas dos EUA e que o país pode impor tarifas sobre bens norte-americanos comprados após 3 de agosto.

A China também deixou o iuan romper o nível de 7 por dólar pela primeira vez em mais de uma década, num sinal de que o país está disposto a tolerar mais fraqueza no câmbio, após Trump prometer impor tarifas sobre 300 bilhões de dólares restantes das importações chinesas a partir de 1º de setembro.

No Twitter, Trump classificou o movimento como “manipulação cambial” e acrescentou: “você está ouvindo, Federal Reserve? Essa é uma grande violação que enfraquecerá consideravelmente a China ao longo do tempo!”.

“O recrudescimento das tensões nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos continua aumentando a aversão a risco nos mercados globais”, destacou a equipe da Coinvalores.

No cenário local, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que o Brasil deve permanecer neutro na guerra comercial, buscando que seus produtos agrícolas estejam no maior número possível de mercados.

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Destaques

A Vale (VALE3) caiu 3,85%, na esteira do forte recuo dos preços do minério de ferro na China, com os futuros na bolsa chinesa de Dalian e em Cingapura recuando abaixo de 100 dólares por tonelada. CSN perdeu 5,99%.

A Petrobras (PETR4) recuou 3,66%, também afetada pelo recuo dos preços do petróleo no mercado externo.

O Itaú Unibanco (ITUB4) perdeu 1,37%, com o setor de bancos também sofrendo com o viés negativo decorrente do cenário externo desfavorável. BRADESCO PN recuou 1,81%.

A Klabin (KLBN11) cedeu 0,26%, tendo oscilado no azul momentaneamente, após resultado trimestral positivo que reverteu prejuízo de um ano antes, ajudada pelo aumento no volume de vendas e um câmbio médio mais alto.

O IRB Brasil (IRBR3) ganhou 0,14%, antes da divulgação do resultado do segundo trimestre. Ela e Marfrig, que avançou 1%, foram as únicas altas do índice.