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Ibovespa: Derrocada de 43% do Méliuz (CASH3) em junho aproxima ação de R$ 1; veja lista de quedas

30 jun 2022, 17:37 - atualizado em 01 jul 2022, 8:59
Méliuz
Derrocada dos papéis da empresa de tecnologia pode ser explicada pela deterioração do cenário macroeconômico (Imagem: Facebook/Méliuz)

Junho foi difícil para os mercados globais, e nem mesmo a Bolsa brasileira, que começou o ano com pé direito, escapou da sangria.

O Ibovespa fechou o mês com desvalorização de 11,5%. Esse é o maior recuo mensal para o índice de referência da B3 (B3SA3) desde março de 2020, quando registrou perdas de quase 30% por conta da pandemia do coronavírus no Brasil.

A maioria das ações que compõem o índice encerrou junho no vermelho, mas um papel conseguiu ser o destaque negativo. Com uma desvalorização de 43,16%, o Méliuz (CASH3) liderou a lista de quedas do Ibovespa no mês.

A derrocada dos papéis da empresa de tecnologia pode ser explicada pela deterioração do cenário macroeconômico, afirma Vitorio Galindo, analista de investimentos e diretor de análise fundamentalista da Quantzed.

Segundo Galindo, empresas com geração de caixa mais perene tendem a sofrer mais em meio a um contexto de inflação e juros elevados.

“Empresas que estão com geração de caixa mais na perenidade acabam sofrendo mais, já que não estão gerando caixa no curto prazo, não estão pagando dividendos. Há uma incerteza maior sobre ‘se’ e ‘quanto’ será essa geração de caixa no futuro. O caso do Méliuz é um deles”, comenta o analista.

Everton Medeiros, especialista em renda variável da InvestSmart XP, menciona que o temor de uma recessão global acaba penalizando mais empresas techs devido à aversão ao risco.

Medeiros explica que, apesar de terem um número de clientes e um crescimento na base de usuários constante, muito por conta dos investimentos recentes, a monetização dos usuários dessas empresas ainda não ocorre de maneira tão eficaz.

“Essas empresas que não são geradoras de lucro recorrente trazem uma cautela maior na hora de o investidor alocar seus recursos”, completa.

Ação valendo menos que R$ 1?

Com uma queda de 3,57% nesta quinta-feira (30), a ação do Méliuz fechou o pregão cotada a R$ 1,08, levantando dúvidas sobre o desempenho – e até o futuro – da companhia na Bolsa.

Galindo e Medeiros afirmam que existe a possibilidade de os papéis do Méliuz caírem para abaixo de R$ 1 no curto prazo, se o mercado continuar sendo penalizado pelo movimento de elevação de juros e inflação.

Seguindo a mesma lógica, o desempenho das ações pode melhorar em um cenário de queda de juros e inflação arrefecendo. Nesse cenário, destaca Galindo, o mercado pode ver uma retomada da Bolsa como um todo, e a ação do Méliuz iria junto.

Olhando para o médio e longo prazo, o Méliuz vem entregando estratégias de mercado interessantes, afirma o especialista da InvestSmart.

Um exemplo disso é a aquisição da Alter Pagamentos, sinalizando uma aproximação do Méliuz da indústria de criptoativos.

“No curto prazo, a gente tem que ter cautela sobre o ativo, mas, no longo prazo, acompanhando o desdobramento quanto às ações da empresa referente à monetização de sua base, pode vir a ser um ativo interessante”, finaliza Medeiros.

Maiores quedas do Ibovespa em junho

Além do Méliuz, outras ações caíram forte em junho. No top 5, as aéreas Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) derreteram 38,44% e 37,49%, respectivamente.

Os varejistas Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) também estão entre os destaques de queda, com a primeira caindo 37,1% e a segunda 38,85%.

Empresa Ticker Variação junho/2022
Méliuz CASH3 -43,16%
Via VIIA3 -38,85%
Azul AZUL4 -38,44%
Gol GOLL4 -37,49%
Magazine Luiza MGLU3 -37,10%
CVC Brasil CVCB3 -36,08%
Americanas S.A. AMER3 -33,18%
IRB Brasil IRBR3 -30,95%
CSN CSNA3 -29,30%
3R Petroleum RRRP3 -27,90%

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