Ibovespa: Deflação é ruim? O ‘detalhe’ do IPCA que faz índice desabar nesta terça
O Ibovespa desaba nesta terça-feira em dia de divulgação de IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo), principal termômetro para medir a inflação. Mais cedo, a bolsa chegou a perder os 116 mil pontos. Por volta das 12h17, o índice caia 1,37%, a 116.338 pontos.
Em junho, o IPCA recuou 0,08%, desacelerando-se em relação à alta de 0,23% apurada em maio. A deflação mensal é a primeira desde outubro do ano passado.
O resultado veio ligeiramente acima da mediana projetada pelo mercado, de deflação de 0,10%.
Mas, para o estrategista-chefe da Acqua Vero, Antonio van Moorsel, um dado, em especial, pode ter ‘abalado’ os humores dos mercados: a alta de 0,62% na inflação de serviços, após variação negativa de 0,06% em maio.
Esse resultado do setor de serviços, segundo o especialista, ajudava a explicar as quedas na bolsa, uma vez que se trata de uma métrica bastante acompanhada pelo Banco Central.
Conforme destacou a estrategista de inflação da Warren Rena, Andréa Angelo, esse comportamento no setor de serviços pode reforçar os argumentos da ala mais cautelosa do Comitê de Política Monetária (Copom), na linha de um corte inicial de 0,25 ponto percentual em agosto.
Luca Mercadante, economista da Rio Bravo, diz que os dados seguem preocupando as medidas da inflação de serviços e serviços subjacentes, “que permanecem elevadas e não condizentes com a meta do BC”.
“Além disso, a média dos núcleos, que desacelera em relação ao mês anterior também veio acima das expectativas. O resultado não deve ser capaz de alterar nossas expectativas de cortes de juros para o restante do ano, mas afasta a ideia de que os primeiros cortes possam ser já mais agressivos, de 50 ponto percentual. O ciclo deve se iniciar com cortes mais graduais, de 25 ponto percentual”, coloca.
No mercado, as apostas apontam para uma redução na Selic na próxima reunião em 1 e 2 de agosto, com a maior parte estimando um corte de 0,25 ponto percentual, mas uma parcela também enxergando 0,5 ponto.
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O alerta do Itaú para o Ibovespa
A equipe gráfica do Itaú BBA destaca que a região de 116.300 pontos é o primeiro sinal de alerta de curto prazo, antes dos 114.200 pontos, que mantém o índice em tendência de alta.
Mesmo assim, os analistas dizem que a expectativa para o Ibovespa é buscar a máxima de 2022, em 121.600 pontos. “Se conseguir esse feito, abrirá espaço para buscar o topo histórico em 131.200 pontos”
Com Reuters