Ibovespa decola com perspectivas de desaceleração econômica; analista vê possibilidade de revisão nas projeções para a Selic
O Ibovespa (IBOV) voltou a subir no fim da semana passada e segue em movimento positivo nesta segunda-feira (17), chegando aos 130 mil pontos. Para o analista Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, parte do desempenho está relacionado à melhora da expectativa em relação a uma possível desaceleração econômica.
“A divulgação do PIB no quarto trimestre de 2024 veio abaixo das expectativas, com recuo no consumo das famílias, que é um indicador importante para a expectativa de inflação. As vendas no varejo também vieram abaixo do esperado, contribuindo para uma expectativa de desaceleração da inflação”, disse Hungria, em entrevista ao Giro do Mercado.
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O analista destaca que a soma destes fatores gera maior otimismo com as projeções para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), que pode segurar maiores altas na taxa Selic no médio e longo prazo.
Embora o indicador mensal de atividade econômica (IBC-Br) tenha registrado alta de 0,9% em janeiro, o analista acredita que os dados de consumo são preponderantes na análise da desaceleração. Hungria ainda comentou o Boletim Focus, que reduziu a projeção de inflação de 2025 após semanas consecutivas de elevação.
Expectativa para reunião do Copom na quarta-feira (19)
Apesar de contar com uma eventual redução das projeções para a taxa de juros no longo prazo, Hungria destacou que a decisão do Banco Central (BC) desta semana deve corresponder às expectativas dos analistas, com aumento da Selic para 14,25%.
“O mercado já sabe que essa Selic vai para acima dos 14% e que isso não é bom para a maioria das empresas brasileiras. Mas é importante lembrar que precisamos olhar para o que vai acontecer no longo prazo. Por isso, será importante analisar o comunicado do BC na quarta-feira”, afirmou Hungria.
O especialista ainda comentou a possibilidade de influência da queda do dólar nos últimos meses para melhores perspectivas sobre os juros. Para acompanhar o programa na íntegra, acesse o canal do Money Times no youtube.
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