Ibovespa começa semana mais perto de forte queda, do que de modesta alta
O Ibovespa continuará pulando num pé só à beira do abismo nesta semana que começa. O medo de que a guerra de Israel contra o Hamas se transforme em um conflito regional, arrastando o Irã e os Estados Unidos, e a possibilidade de o Federal Reserve retomar a alta dos juros americanos continuarão na mesa.
São os mesmos fatores que levaram o principal índice da Bolsa brasileira a acumular uma perda de 2,24% na semana passada, terminando a sexta-feira (20) nos 113.155 pontos. O problema é que, neste patamar, é duas vezes mais difícil que o Ibovespa ganhe tração e entre num ciclo consistente de alta, do que acelerar o ritmo de queda.
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É o que mostram os analistas técnicos da Genial, Igor Graminhani, e da Empiricus Investimentos, Filipe Fradinho. Ambos situam o próximo suporte do Ibovespa na região dos 111.600 pontos. Na análise gráfica, suporte é um ponto da curva em que o movimento de queda pode estancar e, quem sabe, voltar a subir.
Ibovespa: Entre forte queda e pequena alta
Para romper esse piso, o Ibovespa precisa cair 1,37% sobre o fechamento de sexta-feira. Não é algo impossível: o índice já apresentou quedas diárias maiores que esta duas vezes neste mês. Em 03 de outubro, recuou 1,42%; no dia 18, afundou 1,60%. Em outras duas ocasiões, nos dias 02 e 13, as quedas passaram perto, com -1,29% e -1,11%, respectivamente.
Casa | Fechamento | 1º suporte | % queda | 2º suporte | % queda |
---|---|---|---|---|---|
Genial | 113.155 | 111.600 | -1,37 | 108.190 | -4,39 |
Empiricus | 113.155 | 111.600 | -1,37 | 108.300 | -4,29 |
Média | 113.155 | 111.600 | -1,37 | 108.245 | -4,34 |
Assim, dos oito pregões em que o Ibovespa recuou neste mês, metade apresentou baixas maiores ou próximas da estimada para que rompa o piso de 111.600 pontos. Se isso ocorrer, o mergulho se estenderia até a região dos 108 mil pontos, mais de 4% abaixo do fechamento de sexta.
Casa | Fechamento | 1º resistência | % alta | 2º resistência | % alta |
---|---|---|---|---|---|
Genial | 113.155 | 117.100 | 3,49 | 117.900 | 4,19 |
Empiricus | 113.155 | 115.000 | 1,63 | 117.000 | 3,40 |
Média | 113.155 | 116.050 | 2,56 | 117.450 | 3,80 |
Não é possível, nem mesmo, dizer que, no atual patamar, o benchmark da Bolsa brasileira tem iguais chances de cair ou de subir. A primeira resistência está a uma distância média de 2,56% de alta, na região dos 116.050 pontos. Na análise técnica, resistência é o ponto que, se rompido, pode destravar novas altas ou – na pior das hipóteses -, se respeitado, pode inverter a tendência da curva para uma nova queda.
Mesmo que rompa esse teto e continue subindo, o potencial de alta até a segunda resistência, na região dos 117.450 pontos, é de 3,80% sobre o fechamento de sexta-feira. Em bom português: o Ibovespa começa a semana mais perto de uma forte queda, do que de uma modesta alta.
Não são apenas os analistas técnicos que sinalizam maiores chances de baixa do que de alta. Os investidores apostam cada vez mais nesta tendência. Segundo o Banco Safra, as posições vendidas (short) na Bolsa aumentaram 0,58% na semana passada, para R$ 119,8 bilhões.