Ibovespa com Selic a 11,25%: Como os investidores devem reagir?
Se o Ibovespa disparar ou desabar na próxima quinta-feira (1º), não será por conta do Copom, destacam analistas de mercado ouvidos pelo Money Times.
De acordo com os especialistas, o comunicado do Banco Central não trouxe novidades, sejam positivas ou negativas. O BC cortou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 11,25% pontos percentuais.
“Veio em linha com que o mercado esperava. Manteve o guidance de manter o ritmo de corte nas próximas reuniões. É um evento que veio dentro das expectativas. Para o impacto na bolsa, será de neutralidade; curva de juros vai ser neutra também”, destaca Anand Kishore, gestor na Daycoval Asset.
Rafael Passos, da Ajax Asset, resume o texto: total sem surpresa.
“O único destaque que a gente teve foi a manutenção de 50 bbps. O mercado via dois corte no início do ano, agora caminhamos para três”, coloca.
Para ele, contudo, o peso do cenário americano deverá aumentar. Agora, os mercados vão ficar ainda mais de olho nos indicadores do país para saber se, de fato, os EUA vão cortar os juros em março ou se a tesourada ficará para próximo trimestre. Mais cedo, o Federal Reserve manteve os juros no país em 5,5%.
“Grande parte do mercado vai continuar a enxergar a data terminal em 9%. O grande destaque foi o Powell limando qualquer corte neste primeiro trimestre”, completa.
Na visão de Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital, o destaque é que aumentou a expectativa dos preços administrados para o próximo ano.
“Acredito que o mercado pode reagir amanhã de forma otimista com a previsibilidade do que foi divulgado. E podemos manter o otimismo para as próximas comunicados diante das informações que foram apresentadas”, completa.
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Ibovespa: Fatores de risco
O Copom chegou a sinalizar uma certa preocupação com o cenário externo adverso e as incertezas quanto a condução da política fiscal.
Mas, Ginne Siqueira Diniz, superintendente de Investimentos do BB Previdência, destaca que a melhora da atividade econômica e o arrefecimento da inflação corroboram para o processo de queda da taxa básica de juros.
“Diante do comportamento da inflação, que está abaixo do limite superior da meta de 4,75%, a entidade monetária deverá promover mais cortes nas próximas reuniões subsequentes, e com a mesma magnitude, chegando ao patamar de 9% no final do ano”, afirma.
Já Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, destaca que, apesar dos esforços do governo em buscar soluções para a situação fiscal do país, ainda há muito trabalho pela frente.
Para ele, a sustentabilidade das contas públicas a longo prazo requer atenção constante e medidas eficazes para garantir estabilidade econômica.
Com Juliana Américo