Ibovespa: ‘Com dor no coração, zeramos posição vendida em Bolsa brasileira’, diz gestor da XP
(Errata: A XP Asset zerou a posição vendida em Bolsa brasileira, e não toda e qualquer posição, como o texto induzia o leitor a pensar. O texto já foi atualizado.)
O gestor da estratégia macro da XP Asset, Bruno Marques, parece pessimista com Brasil em meio aos riscos do país, como os juros altos. No episódio desta quinta-feira do podcast Market Makers, o gestor revelou que zerou a posição em bolsa brasileira na última quarta-feira (22).
“Zeramos nossa posição vendida em bolsa brasileira ontem. Infelizmente, com tristeza no coração falo isso. Ela já vem mal há muito tempo, é a pior bolsa em 2023. Eu te confesso que achava razoável (investir em bolsa), ganhamos dinheiro no começo do ano; o Brasil passa por um crescimento ok, mas não brilhante, com quadro fiscal ruim”, argumenta.
Para ele, em um cenário assim, a bolsa não deveria sofrer. “Nesses níveis está tudo muito barato, mas quer dizer que é para ficar comprado? Não necessariamente. Acho que é um pouco do ‘não aguento mais’. O cara que está comprado em bolsa talvez achasse que o Copom pudesse salvar ele”.
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Nesta quinta-feira, o Ibovespa (IBOV) derreteu, com o mercado repercutindo a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a Selic, taxa básica de juros do Brasil, em 13,75%.
Ibovespa derrete
O principal índice da Bolsa brasileira tombou 2,29%, a 97.926,34 pontos. Esse é o menor patamar desde julho de 2022.
Descolando-se de Wall Street, o mercado acionário local reagiu mal ao comunicado “hawkish” (mais agressivo) do BC, que sinalizou que pode retomar o ciclo de aperto monetário caso a inflação saia do controle.
No comunicado, o Copom citou a incerteza sobre o arcabouço fiscal e “seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública”.
Com isso, o mercado começou a cortar as expectativas de redução da Selic já em maio ou junho, destaca a Ágora Investimentos.
Ministros do governo Lula 3 criticaram a decisão do BC de manter a Selic em patamares elevados. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, foi o primeiro a comentar. Segundo ele, o comunicado “preocupa bastante”.
Simone Tebet, ministra do Planejamento, disse que a decisão foi injusta.
“Já esperávamos a manutenção da taxa, apesar de não querermos. […] Vamos aguardar a ata, pois a decisão foi injusta com o Brasil”, comentou à Globo News.
Com Diana Cheng