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Ibovespa chegou ao fundo do poço; retorno do índice pode bater em 23%, diz XP

03 abr 2023, 17:14 - atualizado em 04 abr 2023, 2:09
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XP vê o Ibovespa em 128 mil pontos até o final do ano (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

A XP Investimentos bateu o martelo e elevou a projeção do Ibovespa de 125 mil pontos para 128 mil pontos, o que abre um potencial de alta de 23%. Neste sessão, o índice cai, a 101.484 pontos.

Segundo os analistas Fernando Ferreira, Jennie Li e Rebecca Nossig houve uma melhora nas projeções de lucro por ação no último mês, com as taxas de juros reais caindo para 6,11%.

Como resultado, o trio também reduziu o target de Preço/Lucro (PL) do Ibovespa de 8,5x para 8 vezes, e EV/Ebitda (valor da firma sobre resultado operacional) de 5,5 vezes para 5 vezes. Ou seja, o índice ficou ainda mais barato.

“Na nossa opinião, o Brasil continua com um desempenho superior relativo aos mercados globais em grande parte por conta dos níveis de valuation ainda bastante atrativos”, discorre o trio.

Eles notam que, atualmente, o Preço/Lucro (P/L) projetado do Ibovespa se encontra em 6,9 vezes, um desconto de mais de 30% em relação à média dos últimos 15 anos em 11 vezes.

“Quando retiramos as empresas de commodities, ou somente a Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), o P/L vai para 9,0x e 8,6x, respectivamente – ambos menores do que suas próprias médias históricas. E quebrando o Ibovespa setorialmente, vemos que todos os setores no Brasil estão com seus múltiplos negociados abaixo ou próximos às médias de longo prazo”, argumentam.

E, mesmo com a Selic em 13,75%, os analistas dizem que as ações brasileiras também continuam mais atrativas em relação à renda fixa.

“O prêmio de risco, que compara rendimento de renda variável com as taxas de juros reais, mostra que as ações brasileiras estão baratas mesmo considerando o alto nível das taxas de juros locais. O nível atual de prêmio de risco está em 8,9%, superior à média histórica”, coloca.

Eles ainda dizem que três razões nos tornaram mais construtivos sobre as ações brasileiras recentemente:

  1. preço: já que vimos o Ibovespa perder o nível dos 100 mil pontos novamente em março (por 1 dia),
  2. juros: as taxas de longo prazo se estabilizaram e começaram a cair, e
  3. estimativas de lucro por ação para o Ibovespa pelo consenso começaram a subir.

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