Ibovespa cede com realização de lucros em pregão de Dia de Ação de Graças
O tom negativo prevalecia na bolsa paulista nesta quinta-feira, reflexo de movimentos de realização de lucros após três altas seguidas do Ibovespa, em sessão que deve ter liquidez reduzida em razão de feriado nos Estados Unidos.
Às 12:06 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) caía 0,37%, a 109.530,33 pontos. O volume financeiro era 4,4 bilhões de reais.
Na véspera, o Ibovespa fechou em alta renovando máximas desde fevereiro, antes do agravamento da crise desencadeada pela pandemia de Covid-19 e da decretação de quarentenas no país.
A ausência do referencial de Wall Street, uma vez que o feriado do Dia de Ação de Graças fechou os pregões em Nova York, abria espaço para ajustes. O Ibovespa acumula alta de 16,6% no mês, em boa parte ajudada pelos estrangeiros.
Em novembro, até o dia 24, o saldo de capital externo no mercado secundário de ações brasileiro está positivo em 29,5 bilhões de reais, de acordo com dados da B3.
Além disso, agentes financeiros têm atribuído a recuperação do Ibovespa no mês a uma rotação nos portfólios para ações de ‘valor’ e ‘cíclicas’, em detrimento dos papéis de ‘crescimento’.
De acordo com análise técnica do Safra, o Ibovespa está em tendência de alta no curto prazo e segue em direção ao objetivo em 116.500 pontos.
Destaques
Petrobras (PETR3; PETR4) recuavam 2,2% cada, após divulgação de plano estratégico para 2021-2025, que reduz o investimento de cinco anos em 27%, a 55 bilhões de dólares, para preservar o caixa.
O Bradesco BBI avaliou que o plano foi um pouco decepcionante em termos de produção e também em termos de meta de alavancagem.
Braskem (BRKM5) perdia 1,4%, após estimar em 3 bilhões de reais custos e despesas adicionais para a implementação de medidas definidas pela Agência Nacional de Mineração (ANM) para encerramento das atividades de extração de sal em Maceió (AL). O montante é adicional aos valores já provisionados, que, segundo o resultado do terceiro trimestre da companhia, alcançava 3,56 bilhões de reais.
CVC Brasil (CVCB3) caía 2,2%, reflexo de realização de lucros, conforme a alta em novembro alcançou 46,2% até a véspera, em meio a noticiário mais favorável sobre o desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus.
Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) avançavam 4,2% e 2,%, respectivamente, com a alta do dólar ante o real na sessão apoiando uma recuperação dos papéis, que, no mês, apresentam desempenho pior do que o Ibovespa. Suzano registra alta de 5,2% e Klabin sobe 0,7% em novembro.
Marfrig (MRFG3) valorizava-se 2,6%, entre os destaques positivos. O Credit Suisse avalia que o setor de proteínas deve continuar mostrando sinais bastante positivos e que Marfrig segue sendo a principal empresa a aproveitar esse movimento.
O banco vê a empresa em um momento sólido nos EUA e com performance pior do que o Ibovespa “injustificada”. Em novembro, a ação contabiliza uma elevação de cerca de 10%.
Vale (VALE3) subia 0,8%, com o setor de mineração e siderurgia mantendo a trajetória positiva, com destaque para Usiminas (USIM5), em alta de 2,4%, dado o prognóstico de novos aumentos de preços e de volumes. CSN (CSNA3) avançava 0,65% e Gerdau (GGBR4) ganhava 0,2%.
Itaú Unibanco (ITUB4) perdia 2,2%, com agentes financeiros embolsando ganhos recentes, o que também pesava em Bradesco (BBDC4), que recuava 1,8%.
Oi (OIBR3), que não está no Ibovespa, subia 3%, após o plenário do Senado aprovar proposta de modernização da Lei de Falências e recuperação judicial.
O BTG Pactual afirmou que a Oi se beneficia bastante da nova legislação, uma vez que ela deve para a Anatel 13,9 bilhões de reais. Eles estimam que esse débito cairá para apenas 1,3 bilhão de reais, o que adiciona 0,4 real ao preço-alvo da casa para a ação, de 2,8 reais.