Mercados

Ibovespa cai na contramão das bolsas no exterior em sessão de baixa liquidez

22 dez 2021, 18:13 - atualizado em 22 dez 2021, 19:12
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O Ibovespa acumula queda de cerca de 11,5% no ano, contra alta de 25% do S&P 500 (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O principal índice da bolsa brasileira caiu nesta quarta-feira, apesar de noticiário positivo sobre a Ômicron que ajudou os índices nos Estados Unidos e na Europa a avançarem.

O  Ibovespa (IBOV) caiu 0,24%, a 105.243,72 pontos. O volume financeiro foi de 18,7 bilhões de reais, mantendo trajetória de queda na liquidez conforme se aproximam os feriados de final de ano.

O Ibovespa abriu em baixa nesta quarta-feira, em linha com o desempenho apresentado pelos ativos de risco globais, mas se descolou logo em seguida, quando as bolsas internacionais firmaram alta e o índice local permaneceu em terreno negativo.

“Não tem nenhum grande motivo para lá fora subir e aqui não. Essa grande descolada é o que aconteceu o ano inteiro”, diz Leonardo Milane, estrategista-chefe da VLGI Investimentos. Ele menciona questões internas que afetaram o desempenho do índice em 2021 como incertezas políticas, alta de inflação e dados fracos de atividade.

O Ibovespa acumula queda de cerca de 11,5% no ano, contra alta de 25% do S&P 500.

Nos últimos dias, algumas casas e bancos vem divulgando seus cenários para o Ibovespa em 2022, em meio a incertezas incluindo o cenário eleitoral. Enquanto a Genial Investimentos projeta que o índice fechará o próximo ano em 117.400 pontos, o BB Investimentos estima em 137 mil pontos e o Santander em 125 mil.

Nos EUA, os três principais índices acionários do país registram alta firme, com o S&P 500 subindo mais de 1% impulsionados por noticiário positivo sobre a Ômicron, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 subiu 0,92%.

Os mercados internacionais se animaram após cientistas na África do Sul dizerem que o impacto de surtos de infecções pela Ômicron no epicentro da variante no país tem sido menos severo do que as ondas anteriores. Além disso, a Pfizer obteve aprovação nos EUA para uso da pílula antiviral para Covid-19 em alguns casos.

Também ajudou no humor das bolsas norte-americanas a divulgação de dados macroeconômicos incluindo uma alta na confiança do consumidor em dezembro.

No noticiário interno, o Banco Central divulgou déficit em transações correntes de 6,522 bilhões de dólares em novembro, pior que o déficit de 6,300 bilhões esperado por analistas em pesquisa Reuters. Já os investimentos diretos no país alcançaram 4,588 bilhões de dólares, ante expectativa de 3,8 bilhões de dólares.

 

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Destaques

Vale (VALE3) caiu 0,5%, após queda dos futuros do minério de ferro em Dalian, diante de preocupações com as restrições ligadas à Covid-19 na China e a proximidade da baixa temporada para a atividade de construção naquele país.

CSN (CSNA3) cedeu 0,3%, Usiminas (USIM5)  recuou 1,5% e Gerdau (GGBR4) teve queda de 0,9%.

Hapvida (HAPV3) caiu 3,2%, após dizer que o índice de sinistralidade no quarto trimestre pode sofrer impacto de aumento “significativo” de atendimento a pacientes com “sintomas típicos de viroses” nas últimas semanas.

Qualicorp (QUAL3) e Intermédica (GDIN3) recuaram 2,5% cada e Rede D’or (RDOR3) teve queda de 5,7%. Segundo Rafael Barros, analista de saúda da XP, efeito da Ômicron e da Influenza deve pressionar os custos de empresas de saúde. “A leitura que o mercado pode estar tendo é que isso pode atrasar a recuperação dessas empresas”, com elevação de custos.

Ele diz que ações de hospitais também caíram porque foram contaminadas pela queda no setor de saúde.

Getnet (GETT11) subiu 23,4%, após anunciar juros sobre capital próprio de 298 milhões de reais.

B3 (B3SA3) subiu 1,1%, Bradesco (BBDC4) avançou 0,5%, Itaú Unibanco (ITUB4) teve alta de 0,4% e Banco Pan (BPAN4) disparou quase 8%, em sessão positiva para o setor financeiro.

Magazine Luiza (MGLU3) caiu 4,1%, VIA (VIIA3) cedeu 2,4% e Americanas (AMER3) recuou 0,6%.

Petrobras (PETR4) (PETR3) caiu 0,1% e cedeu 0,4%, mesmo com alta do petróleo.

Alliar (AALR3), que não está no Ibovespa, caiu 20,4%, após os acionistas controladores da companhia firmarem contrato para venda de até 62,4 milhões de ações à gestora MAM Asset Management, pelo valor de 20,50 reais cada.