Mercados

Ibovespa cai mais de 2% com preocupação sobre PEC dos Precatórios e balanços

04 nov 2021, 17:08 - atualizado em 04 nov 2021, 17:54
Congresso
O volume financeiro somou 31,2 bilhões de reais (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Ibovespa (IBOV) chegou a cair abaixo dos 103 mil pontos nesta quinta-feira, em meio a receios com o desfecho da PEC dos Precatórios e uma bateria de balanços, com perspectivas do Itaú Unibanco (ITUB4) reforçando receios com a desaceleração da economia em 2022.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em baixa de 2,09%, a 103.412,09 pontos. No pior momento, chegou a 102.835,17 pontos – mínima intradia desde 13 de novembro de 2020.

O volume financeiro somou 31,2 bilhões de reais.

A aprovação apertada em primeiro turno do texto-base da PEC dos Precatórios – que abre espaço fiscal para um benefício social de 400 reais até o final de 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro deve tentar a reeleição – ditou volatilidade.

De acordo com o gestor de renda variável da Western Asset Cesar Mikail, continua a preocupação com a situação fiscal, com o teto de gastos, e há receios sobre se o texto vai passar na semana que vem no segundo turno na Câmara.

Apesar de não ser considerado o plano ideal e das fortes críticas que recebeu na ocasião do anúncio da proposta, o mercado se resignou de que é opção possível dentro para a adoção do Auxílio Brasil.

A votação do segundo turno da PEC na Câmara foi marcada para a próxima terça-feira. A intenção do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), era concluí-la nesta quinta, mas ele não conseguiu reunir quórum suficiente para garantir a aprovação.

Uma bateria de resultados corporativos também repercutiu nos negócios, com a bolsa paulista mais uma vez descolando de Wall Street – onde novas máximas foram registradas pelo S&P 500 e Nasdaq.

A sessão ainda repercutiu o leilão do serviço de telecomunicações 5G, com Telefônica Brasil, TIM e Claro conseguindo os principais lotes.

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Destaques

Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 5,28%, mesmo após reportar alta no lucro do terceiro trimestre, com o maior banco do país prevendo desaceleração do crédito e piora da inadimplência em 2022.

Bradesco (BBDC4),que reporta balanço nesta noite, perdeu 6,62%.

Ultrapar (UGPA3) derreteu 8,09% após lucro no terceiro trimestre acima do esperado, mas Ebitda aquém das projeções, com a dona da rede de postos Ipiranga ainda reduzindo a projeção de resultado operacional em 2021.

Rede D’OR (RDOR3) tombou 8,17% após lucro líquido de 378,1 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 8,2% ano a ano, mas forte crescimento de custos e despesas. Ainda anunciou a compra do Hospital Arthur Ramos, em Maceió.

Cielo (CIEL3) ON fechou em alta de 1,29%, afastando-se das máximas da sessão, quando chegou a subir quase 10% após a empresa de meios de pagamentos mais do que dobrar o lucro no terceiro trimestre, beneficiada pelo crescimento das receitas em segmentos mais lucrativos.

No setor, Getnet Brasil (GETT11) valorizou-se 5,28%, maior alta do Ibovespa.

Petrobras (PETR4) recuou 3,17%, tendo de pano de fundo fechamento negativo preços do petróleo no exterior, com o papel também contaminado pela volatilidade delineada pelos ruídos políticos associados à situação fiscal no país.

GPA (PCAR3) desabou 7,7%, na esteira de prejuízo líquido de 88 milhões de reais no terceiro trimestre da varejista de alimentos, pior do que o resultado negativo de 63 milhões registrado um ano antes.

CSN (CSNA3) cedeu 3,44% após resultado do terceiro trimestre, com queda no lucro e no Ebitda ajustado na comparação sequencial, afetados pelo desempenho do segmento de mineração. Executivos da empresa citaram perspectivas positivas para o mercado de aço no Brasil em 2022.

No setor de siderurgia e mineração, Vale (VALE3) recuou 1,14%.

XP (XP), negociada em Nova York, caiu 3%, mesmo após lucro líquido ajustado de 1 bilhão de reais no terceiro trimestre, crescimento de 82% sobre o desempenho de um ano antes, com expansão de receita e margem.