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Ibovespa renova menor fechamento do ano com receios sobre Ômicron; Magalu despenca mais de 10%

01 dez 2021, 18:14 - atualizado em 01 dez 2021, 19:22
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O Ibovespa caiu 1,12%, 100.775 pontos, pela primeira vez fechando abaixo dos 101 mil pontos em 2021 (Imagem: Money Times/Diana Cheng)

O Ibovespa (IBOV) caiu nesta quarta-feira e renovou o menor patamar de fechamento do ano, diante de desempenho negativo das bolsas norte-americanas após a confirmação do primeiro caso da nova variante Ômicron do coronavírus nos EUA e de novas declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.

O Magazine Luiza (MGLU3) foi a principal contribuição negativa para o Ibovespa, seguido pela JBS (JBSS3), em sessão negativa para os setores de varejo e frigoríficos.

Na cena local, tramitação da PEC dos Precatórios no Congresso segue no radar dos investidores.

O Ibovespa caiu 1,12%, 100.775 pontos, pela primeira vez fechando abaixo dos 101 mil pontos em 2021. Na mínima da sessão, o índice foi a 100.726,95 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 35,2 bilhões de reais.

O índice caminhava para uma sessão de alívio junto com as bolsas globais, em recuperação ao desempenho negativo da véspera, até que o noticiário, especialmente internacional, ajudou a mudar o cenário.

Os EUA identificaram o primeiro caso da variante Ômicron no país, o que fez os principais índices acionários locais caírem mais de 1%.

As incertezas que envolvem a Ômicron seguem pesando nos mercados, já que dados concretos sobre a variante e sua eficácia contra as vacinas ainda não foram obtidos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) espera ter mais informações sobre a transmissibilidade “dentro de dias”, disse sua líder técnica para a Covid-19, Maria van Kerkhove, nesta quarta-feira  o órgão falava em “semanas” anteriormente.

Mais cedo, as bolsas já haviam perdido fôlego após Powell reiterar a mensagem de seu discurso da véspera, de que é apropriado o Fed considerar a redução da compra de títulos. Ele também disse que o Fed deve estar pronto para usar suas ferramentas a fim de lidar com a gama de “resultados plausíveis” para a inflação.

As compras mensais de títulos foram uma maneira de o Fed estimular a economia norte-americana por conta da pandemia, e sua retirada deve afetar a liquidez dos mercados, impactando os ativos de risco, como as ações.

“Nestes últimos dias estamos surfando muito na esteira das notícias da variante Ômicron e de inflação”, disse Bruno Contesini, estrategista sênior da EWZ Capital.

Ele diz que questões internas estão pesando no Ibovespa, apesar de ver a bolsa descontada e acreditar que o mercado está projetando um cenário fiscal caótico para os próximos anos, o que não deve se concretizar.

Investidores também aguardavam a análise da PEC dos Precatórios no plenário do Senado. O texto abre espaço para financiamento do programa social do governo, o Auxílio Brasil, e é importante para o mercado, que teme um plano alternativo e potencialmente mais danoso ao front fiscal caso a proposta não seja aprovada no Congresso.

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Destaques

Magazine Luiza (MGLU3) desabou 11,8%, na maior queda da ação desde a divulgação de seu balanço no começo de novembro, evento que engatilhou um período negativo para o papel.

O setor de varejo no geral sofreu na sessão.

Americanas (AMER3) afundou 6,7% e Via (VIIA3) caiu 8,3%. Pesam sobre as empresas a inflação em alta e o ciclo de alta nos juros.

Jbs (JBSS3) caiu 4,7%, após avanço forte na véspera.

Brf (BRFS3) cedeu 2,6%, Marfrig (MRFG3) recuou 7,2% e Minerva (BEEF3) caiu 2,1%. Leonardo Alencar, analista de Agro, Alimentos & Bebidas da XP, disse à Reuters que o movimento parece estar mais ligado a fluxo do que aos fundamentos das empresas.

Ele espera que alta do dólar ajude as empresas no ano que vem, por conta da exportações. Alencar projeta margens mais altas na América do Sul em 2022, enquanto nos EUA, onde Marfrig e JBS têm operações robustas, as margens devem cair de um patamar historicamente alto para um ainda positivo.

Vale (VALE3) subiu 0,4%, em mais uma sessão de boas notícias para o minério de ferro e commodities relacionadas ao setor.

Petrobras (PETR4) (PETR3) avançou 0,6% e subiu 0,7%, mesmo após o petróleo virar e fechar no negativo. Papéis da estatal fecharam praticamente estáveis na véspera, apesar da derrocada da commodity no exterior.

A empresa apresentou semana passada uma nova política de dividendos que agradou o mercado.

Méliuz (CASH3) caiu 11,4% e Locaweb (LSAW3) cedeu 9,9%, em nova sessão negativa para empresas de tecnologia.

Braskem (BRKM5) subiu 5,5%, a maior alta percentual do índice. Notícias sobre a venda de participação na companhia por seus controladores Novonor e Petrobras vinham movimentando os papéis nas últimas sessões.

A ação caiu forte na véspera. Analistas da Ativa escreveram que empresas de commodities foram beneficiadas na sessão por alta dos preços, mencionando também Suzano (SUZB3) e Gerdau (GGBR4), que completam o trio de maiores altas da sessão.