Ibovespa cai com exterior em dia de vencimento de opções e tem queda na semana
O principal índice da bolsa brasileira caiu nesta sexta-feira, sob influência da queda nos mercados acionários internacionais, e fechou a semana com queda acumulada.
Investidores seguiram digerindo as decisões de política monetárias de alguns dos principais bancos centrais do mundo, enquanto vencimentos de opções sobre ações no Brasil e de mais de um tipo de contrato nos Estados Unidos movimentaram a sessão.
A Vale (VALE3) foi a principal contribuição negativa para o índice, enquanto a B3 (B3SA3) ficou no lado oposto.
O Ibovespa (IBOV) caiu 1,04%, a 107.200,56 pontos, fechando a semana em queda de 0,52%, após dois períodos de alta. O volume financeiro da sessão foi de 37,9 bilhões de reais.
Em sessão volátil por conta de vencimento de opções, o Ibovespa se manteve no terreno negativo durante todo o dia.
Raphael Figueredo, analista da Eleven, explicou que a “briga” entre comprados e vendidos (quem investiu apostando na alta ou queda de uma ação) gerou volatilidade.
Com noticiário interno mais esvaziado, a bolsa brasileira acompanhou a queda de Wall Street, que ainda reagem a decisões de política monetária em sentidos diferentes nos últimos dias.
O Federal Reserve, dos EUA, indicou na quarta-feira que encerrará em março suas compras de títulos, abrindo caminho para três altas de juros em 2022. No dia seguinte, o Banco Central Europeu prometeu retirar gradativamente os estímulos. E o BC da Inglaterra elevou de forma surpreendente a taxa de juros.
Segundo Figueredo, do ponto de vista das consequências para o mercado interno, ainda não é possível traçar uma direção a partir dessas decisões.
Para ele, o Ibovespa tem espaço para recuperação, levando em conta que o “mês de dezembro costuma ser mais positivo sazonalmente”, mas diz que não espera “grandes alvoroços”.
Nos EUA, os três principais índices fecharam em baixa, com destaque para o Dow Jones, que cedeu 1,5%. Na Europa, bolsas caíram após decisões de política monetárias e em meio a temores com a variante Ômicron do coronavírus.
Destaques
BRF (BRFS3) subiu 5,4%, após propor um aumento de capital por meio da emissão de 325 milhões de novas ações, potencialmente levantando 6,63 bilhões de reais.
O negócio ainda depende de aval de uma assembleia de acionistas em 17 de janeiro e das condições de mercado. Analistas destacaram que o estatuto da BRF permite que um acionista ultrapasse 33,3% de participação sem acionar “poison pill”, o que permitiria à Marfrig, caso queira, tomar o controle da empresa através do follow-on sem uma oferta pública de compra a todos os acionistas.
Marfrig (MRFG3) avançou 3,7%. A empresa anunciou dividendos intercalares de 830 milhões de reais e recompra de 100 milhões de dólares em notas sênior com vencimento em 2026.
Banco Inter (BIDI11) cedeu 6,1% e caiu 6%. Entre outros destaques negativos, Yduqs (YDUQ3) afundou 8,3%, enquanto Localiza (RENT3) fechou em -5% e Unidas (LCAM3) teve queda de 5,4%.
Taesa (TAEE11) fechou estável, após arrematar o lote 1 do leilão de transmissão de energia, ao ofertar uma receita anual permitida de 129,9 milhões de reais, deságio de 47,76% ante o valor máximo do edital.
Energisa (ENGI11) fechou em +0,1%, após arrematar o lote 5, com deságio de 48,68% sobre o valor máximo. Neoenergia (NEOE3), que não está no Ibovespa, subiu 0,6% após vencer o lote 4, com deságio de 58,63%. Outros lotes foram arrematadas por empresas não listadas.
Petrobras (PETR4) (PETR3) ambas caíram 2,4%, diante da queda do petróleo com preocupações sobre a Ômicron.
A estatal também obteve a operação em consórcio de dois blocos ofertados em leilão dos excedentes da cessão onerosa.
Vale (VALE3) caiu 1,6%, mesmo após nova alta do preço do minério de ferro na Ásia diante de expectativa de uma recuperação da demanda por aço na China.
GPA (PCAR3) e Assaí (ASAI3) recuaram 0,6%. As empresas informaram que os membros independentes do conselho de administração de ambas aprovaram o contrato de cessão de direitos de exploração de pontos comerciais entre as companhias.
Natura (NATU3) subiu 5,9%, BR Malls (BRML3) avançou 5,5% e Magazine Luiza (MGLU3) teve alta de 4,1% entre os destaques positivos.