Ibovespa cai com correção e Petrobras, mas tem maior ciclo de altas semanais desde junho
O principal índice brasileiro de ações caiu nesta sexta-feira, em correção após três altas seguidas, enquanto as bolsas em Wall Street dispararam com recuperação após perdas recentes.
A queda do índice local foi influenciada por recuo forte das ações da Petrobras (PETR4), enquanto papéis do setor financeiro e da Braskem (BRKM5) estiveram na ponta oposta.
O Ibovespa (IBOV) caiu 0,62%, a 111.910,10 pontos, mas subiu 2,7% na semana, a terceira seguida de alta, maior sequência positiva desde junho.
O volume financeiro foi de 32 bilhões de reais.
Lucas Carvalho, analista de investimentos da Toro, diz que o Ibovespa foi impactado por “cenário indefinido no exterior”, com queda das bolsas na Europa e avanço nos EUA, e “uma correção técnica, após altas fortes nos últimos pregões”.
O movimento de correção abarcou principalmente papéis relacionados ao consumo interno, que haviam tido performance positiva recentemente.
Os principais índices de ações em Wall Street aceleraram ganhos no final com o Nasdaq subindo 3,1%. Na semana, o desempenho também foi positivo.
Já o índice europeu STOXX 600 caiu 1% nesta sexta-feira e teve a pior semana em mais de dois meses.
Investidores globais seguem digerindo a postura mais dura do Federal Reserve, com expectativa para elevação de juros em março e outras quatro altas ainda neste ano. Tensões geopolíticas seguem no radar, assim como os balanços corporativos.
No Brasil, a temporada de divulgação de resultados pelas empresas começa na semana que vem e Cielo e Santander Brasil estão entre os primeiros nomes a apresentarem seus balanços.
Para Carvalho, da Toro, a temporada pode ser capaz de definir um rumo mais claro para o Ibovespa, inclusive potencialmente alongando o desempenho positivo recente.
O dia também foi de divulgação de uma série de dados macroecômicos no Brasil. Destaque para a queda na taxa de desemprego, mas com corrosão do rendimento real habitual, e para o índice de preços IGP-M, que subiu menos do que o esperado pelo mercado em janeiro. Dados de crédito e fiscais também foram revelados.
Destaques
Petrobras (PETR4) caiu 4%, maior queda desde novembro, enquanto a (PETR3) cedeu 3%, apesar de alta do petróleo.
Para analistas, pesou o movimento geral de correção na bolsa e do papel que está próximo de máximas históricas e pelo adiamento da oferta de ações da Braskem pela companhia em conjunto com a Novonor.
De pano de fundo, repercutiu uma fala de Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a presidência, sobre o preço do combustível brasileiro não precisar acompanhar preços internacionais.
Braskem (BRKM5) subiu 7,5%, depois que a Petrobras e a Novonor adiaram a oferta pública secundária de ações da companhia.
A estatal citou níveis de demanda e preço não apropriados para a conclusão da transação.
Magazine Luiza (MGLU3) teve queda de 7,1%, interrompendo três sessões de alta.
Americanas (AMER3) cedeu 6,2% e VIA (VIIA3) caiu 1,1%.
Vale (VALE3) caiu 1% e siderúrgicas tiveram desempenhos mistos, mesmo após preço do minério de ferro avançar mais de 7% em Dalian, na China, antes de feriado.
Méliuz (CASH3) caiu 4,1%, após avançar na abertura, após prévia operacional da empresa. As vendas brutas da Méliuz cresceram 77% no quarto trimestre ante mesmo período de 2020. Outras empresas ligadas ao setor de tecnologia também recuaram, como INTER (BIDI11), que cedeu 3,9%.
Hapvida (HPVD3) avançou 2,3% e Intermédica (GDIN3) subiu 1,6%, após tombo da véspera por conta de leilão de ações de Intermédica.
Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 1,35% e Bradesco (BBDC4) evoluiu 1,44%.
Banco do Brasil (BBAS3) ganhou 0,6%, enquanto Santander Brasil (SANB11) caiu 2,3%.
Rumo (RAIL3) caiu 5,4%, maior queda desde março de 2021.
A XP (XP) se mostrou cautelosa com a ação no curto prazo, ante a expectativa de resultado negativo no quarto trimestre, preços do diesel afetando as margens e assimetria no valuation.