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Ibovespa cai com aversão ao risco no exterior antes dos dados de emprego dos EUA

02 maio 2019, 18:33 - atualizado em 02 maio 2019, 18:39
O índice Bovespa caiu 0,86% a 95.527 pontos, e o dólar futuro subiu 1,29% a R$3,978 depois de chegar a tocar a R$3,891 na máxima do dia

A bolsa começou maio em queda, talvez como prenúncio da volatilidade esperada à frente. A partir do início da tramitação da reforma da Previdência na comissão especial – a primeira sessão está marcada para terça-feira da semana que vem –, a discussão sobre a proposta de mudança nas regras de aposentadorias tende a esquentar, com possíveis alterações no texto, reduzindo a economia fiscal estimada em pouco mais de R$1,2 trilhão na próxima década.

Daí virão discursos e ruídos capazes de sacudir o mercado brasileiro ao longo deste e do próximo mês. Diante da perspectiva de sobe e desce na B3, estrategistas de bancos e corretoras recomendam comprar ações de empresas com sólido histórico de resultados.

Olhando a longo prazo, o viés positivo segue quase consensual, sob confiança de que “alguma” reforma será aprovada até o fim do ano com o objetivo de conter a trajetória explosiva das contas públicas brasileiras. Em compasso de espera pelo andamento da reforma, os ativos brasileiros acabaram cedendo à piora da aversão ao risco nesta quinta-feira.

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Olhando a longo prazo, o viés positivo segue quase consensual, sob confiança de que “alguma” reforma será aprovada até o fim do ano (Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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O índice Bovespa caiu 0,86% a 95.527 pontos, e o dólar futuro subiu 1,29% a R$3,978 depois de chegar a tocar a R$3,891 na máxima do dia. Os juros futuros mais longos acompanhavam o dólar e adicionavam prêmios de risco na curva de vencimentos.

O mercado brasileiro reagiu hoje às declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na quarta-feira, sinalizando que não há espaço para corte em breve do juro básico dos Estados Unidos. Powell disse que a economia americana segue saudável e que a recente fraqueza nos indicadores de inflação é transitória.

A indicação do comandante do BC dos EUA abateu as bolsas americanas na quarta-feira – quando o mercado brasileiro estava fechado – e voltou a repercutir novamente nesta quinta-feira. De todo modo, o cenário externo segue favorável aos mercados emergentes graças à interrupção do ciclo de alta de juros nos países desenvolvidos e ao programa de estímulos na China, segundo Rogério Xavier, sócio-fundador da SPX Capital.

Em entrevista ao Valor, o gestor disse que o Brasil precisa ter pressa em avançar na agenda de reformas para não perder a janela de liquidez no mundo. “O desgaste desse governo tem se mostrado mais rápido do que se esperava (…) Quanto mais tempo demorar, pior.”

Powell
Nesta quinta-feira, foi divulgado que os pedidos de seguro-desemprego por lá totalizaram 230.000 na semana passada, ante consenso de 215.000

Internacional

Os índices Dow Jones e S&P500 caíram pelo segundo pregão seguido, na esteira da menor probabilidade de flexibilização adicional no juro básico americano, como pedia o próprio presidente dos EUA, Donald Trump. Relatos e notícias a respeito de um desfecho iminente das negociações comerciais entre EUA e China também repercutiram entre investidores após comentários nessa direção por parte de integrantes do governo Trump.

Se for confirmado, o evento tende a servir como catalisador importante aos ativos em todo o mundo ao neutralizar receios crescentes sobre a saúde da economia global. Mas, na sexta-feira, o assunto do dia deverá ser o Relatório de Emprego dos EUA de abril, conhecido como Payroll.

Os números serão monitorados de perto pelo mercado, atentos ao futuro da política monetária conduzida por Powell. A propósito, nesta quinta-feira, foi divulgado que os pedidos de seguro-desemprego por lá totalizaram 230.000 na semana passada, ante consenso de 215.000.

A agenda externa de amanhã traz também índices de inflação na Zona do Euro e discursos de membros do Fed. Por aqui, o destaque será a produção industrial de março, divulgada pelo IBGE.

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