Mercados

Ibovespa cai 2% por temor global com Ômicron

20 dez 2021, 18:19 - atualizado em 20 dez 2021, 19:19
Ibovespa
O volume financeiro foi de 23,2 bilhões de reais (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O principal índice da bolsa brasileira cedeu forte nesta segunda-feira, acompanhando a queda nos índices acionários globais por temores com os potenciais efeitos da variante Ômicron da Covid-19 na economia.

A Petrobras (PETR4) foi a principal pressão sobre o índice, enquanto JBS (JBSS3) ficou na ponta oposta.

O  Ibovespa (IBOV) caiu 2,03%, para 105.019,78 pontos, menor patamar de fechamento desde 2 de dezembro. O volume financeiro da sessão foi de 25 bilhões de reais.

A Ômicron voltou a pesar nos mercados. Países da Europa anunciaram restrições ou disseram avaliar possíveis medidas para conter o avanço da variante no continente.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que está analisando todo todas opções para manter a Ômicron sob controle e alertou que restrições adicionais podem ser necessárias. Na Holanda já foram impostas medidas para prevenir o sistema de saúde de ficar sobrecarregado.

Além disso, pesou na confiança dos mercados uma perspectiva de crescimento econômico menor do que o esperado nos Estados Unidos, após o pacote de investimento doméstico do presidente norte-americano Joe Biden, orçado em 1,75 trilhão de dólares, sofrer um contratempo. Joe Manchin, um democrata moderado considerado importante para a aprovação do texto, disse no domingo que não irá apoiar o projeto.

Os três principais índices de ações norte-americanos fecharam em queda superior a 1%, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 caiu 1,38%, seu nível mais baixo em duas semanas.

Eduardo Levy, gestor na Kilima Asset, disse que a volatilidade nos mercados locais deve continuar nos próximos dias, por conta de menor liquidez. Segundo Levy, essa volatilidade deve cair após a virada do ano, quando a bolsa, para ele, tende a ter uma recuperação.

No Brasil, a votação do relatório final do Orçamento de 2022 foi adiada e o boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, mostrou que o mercado reduziu a projeção para inflação de 2021 ligeiramente. Para o próximo ano, houve leve alta.

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Destaques

CVC (CVCB3) afundou 8,8%, com a Ômicron pesando sobre as ações do setor aéreo e de turismo. Além disso, a companhia afirmou ter sido surpreendida com o anúncio do Grupo Itapemirim da suspensão das operações da companhia aérea Ita.

Azul (AZUL4) caiu 3,6%, Gol (GOOL4) cedeu 4,2% e Embraer (EMBR3) recuou 2,4%.

CSN (CSNA3) desabou 6,9%, Usiminas (USIM5) afundou 5,6%, Gerdau (GGBR4) caiu 5,9% e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) recuou 5,5%, mesmo após contratos futuros de minério de ferro de Dalian e Cingapura subirem pela terceira sessão consecutiva.

No radar do setor, também está a pior perspectiva para o andamento do pacote de investimento do presidente norte-americano Joe Biden, o que pode afetar demanda por aço.

Vale (VALE3) caiu 1,1%.

Petrobras (PETR4) (PETR3) caíram 2,9% e 1,9%, respectivamente, enquanto Petrorio (PRIO3) desabou 5,9%, diante de tombo de 2,7% nos preços do petróleo Brent por conta de temores com a nova variante.

Locaweb (LSAW3) desabou 7,1% e BR Malls (BRML3) afundou 6,7%.

Eneva (ENEV3)  avançou 1,3% e foi um dos poucos papéis do Ibovespa que fechou no positivo.

Jbs (JBSS3) avançou 1,4% e Minerva (BEEF3) subiu 1,2%, em continuação da recuperação de ações de frigoríficos após China retomar importação de carne bovina brasileira e em meio à alta do dólar ante o real, o que favorece exportadoras.

Alliar (AALR3), que não está no Ibovespa, virou para alta e fechou em +1,8%, após O Globo noticiar que o empresário Nelson Tanure confirmará na terça-feira ao grupo de controle da empresa a proposta feita por um fundo vinculado ao investidor pelo controle da companhia.