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Ibovespa decola e vislumbra 100 mil pontos com otimismo global; CVC Brasil salta 12%

03 jun 2020, 11:44 - atualizado em 03 jun 2020, 11:50
Mercados - Ibovespa
O ambiente de ampla liquidez têm sustentado ativos de risco junto à crescente expectativa de que a primeira fase da recuperação econômica será em ‘V’ (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A bolsa paulista mantinha o viés positivo nesta quarta-feira, tendo de pano de fundo a continuidade de ganhos em praças acionárias no exterior, apoiados, entre outros fatores, em sinais positivos sobre a reabertura de economias e ampla liquidez global.

Às 11:44 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) subia 2,82%, a 93.609,42 pontos.

“O ambiente de ampla liquidez, resultado das injeções de recursos sem precedentes feitas pelos bancos centrais, têm sustentado ativos de risco junto à crescente expectativa de que a primeira fase da recuperação econômica será em ‘V'”, observou a equipe da Guide Investimentos, em nota a clientes.

“A combinação destes fatores tem levado índices de mercado a testarem novas máximas desde o início da crise, ofuscando um cenário desafiador do ponto de vista econômico e de grandes incertezas no quadro da geopolítica”, acrescentou.

Dados sobre o mercado de trabalho nos EUA nesta manhã corroboravam apostas mais positivas para a recuperação da economia. O setor privado norte-americano mostrou ainda um corte de 2,76 milhões de empregos em maio, mas o número ficou bem abaixo do estimado por analista, de redução de 9 milhões.

Mais cedo, a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit mostrou que o setor de serviços da China voltou a crescer no mês passado pela primeira vez desde janeiro.

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Setor de serviços da China animam otimismo de recuperação econômica (Imagem: Reuters/Aly Song)

Destaques

Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) subiam 3,6% e 5%, respectivamente, com o setor financeiro mais uma vez puxando o avanço do Ibovespa, após sofrerem com as perspectivas negativas para a economia, bem como possíveis reflexos de medidas para atenuar os efeitos da pandemia.

Banco do Brasil (BBAS3) avançava 5,1% e Santander (SANB11) tinha acréscimo de 5%.

Petrobras (PETR4) valorizava-se 1,5%, endossando o viés de alta, apesar da fraqueza dos preços do petróleo no exterior, após o Brent superar 40 dólares por barril, em meio a dúvidas sobre a realização antecipada de uma reunião da Opep e seus aliados sobre a prorrogação de cortes de produção. Petrobras (PETR3) subia 1,45%.

Vale (VALE3) mostrava acréscimo de 1%, com alta do futuro de minério de ferro na China. Analistas do UBS também elevaram a recomendação para os ADRs da mineradora para ‘compra’, embora tenha reduzido o preço-alvo de 13 para 12 dólares. No setor de mineração e siderurgia, CSN (CSNA3) subia 3,35%.

Braskem (BRKM5) caía 1,6%, entre os destaques negativos, após prejuízo líquido de 3,6 bilhões de reais no primeiro trimestre. O resultado reverteu lucro de 928 milhões de reais obtido um ano antes, pressionado principalmente pelo impacto da variação cambial no resultado financeiro.

Setores aéreo e turístico engatam recuperação; ações decolam (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

CVC Brasil (CVCB3) saltava 12%, mais uma vez entre os destaques positivos, na esteira do alívio nas restrições de circulação, bem como de mais uma sessão de forte queda do dólar em relação ao real.

No setor de viagens, entre os mais afetados pela pandemia, Gol (GOLL4) ganhava 12,8% e Azul (AZUL4) subia 9,6%.