Ibovespa titubeia com queda de Vale e Petrobras
O Ibovespa não mostrava tendência definida nesta terça-feira, enfraquecido pelo declínio de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3), com agentes financeiros ainda atentos a Brasília, mas também repercutindo dados de preços ao consumidor dos Estados Unidos.
Às 12:29, o Ibovespa caía 0,29%, a 116.739.28 pontos. O volume financeiro somava 9 bilhões de reais.
Após fechar acima dos 116 mil pontos na véspera, análise técnica do Itaú BBA destacou que o Ibovespa abriu espaço para continuar o movimento de recuperação em busca das regiões em 118.600 e 121.300 pontos.
De acordo com os analistas Fábio Perina e Larissa Nappo, porém, o momento de cautela persiste no curto prazo. “O risco de mais quedas ainda permanece”, afirmaram em relatório a clientes nesta terça-feira.
A manutenção da trégua no cenário político-institucional evitava novos ajustes relevantes, embora um rol de incertezas permaneça, e comentários do presidente da Câmara dos Deputados envolvendo a Petrobras adicionaram certo ruído.
Na véspera, no Twitter, Arthur Lira afirmou que a companhia “deve ser lembrada: os brasileiros são os seus acionistas”.
“Tudo caro: gasolina, diesel, gás de cozinha. O que a Petrobras tem a ver com isso? Amanhã, a partir das 9h, o plenário vira Comissão Geral para questionar o peso dos preços da empresa no bolso de todos nós”, escreveu Lira na rede social.
O presidente da estatal, general Joaquim Silva e Luna, está participando nesta terça-feira da Comissão Geral na Câmara, onde afirmou que, em momento de preços altos de combustíveis e crise energética, o Brasil pode, sim, contar com a Petrobras e que a nação ganha quando a companhia paga dividendos e tributos.
Wall Street, por sua vez, mostrava fraqueza, mesmo após dados sugerindo que a inflação ao consumidor nos EUA atingiu seu pico, com atenções também voltadas pra um possível aumento nos impostos a empresas.
Destaques
Petrobras (PETR3) caía 1,6%, apesar da alta dos preços do petróleo no exterior –embora as cotações da commodity tenham se afastado das máximas. Investidores acompanham a participação do CEO da companhia em comissão da Câmara dos Deputados, principalmente após declarações do presidente da Casa sobre o papel da companhia na alta dos preços de combustíveis.
Vale (VALE3) recuava 1,4%, na esteira de novo declínio dos preços do minério de ferro na China. No setor de mineração e siderurgia do Ibovespa, CSN (CSNA3) tinha o pior desempenho, com queda de 2%.
Méliuz (CASH3) valorizava-se 7,9%, no quarto pregão seguido de valorização, tendo de pano de fundo desdobramento de ações e uma forte queda desde as máximas registradas em julho. No ano, porém, a ação ainda acumula alta de quase 190%.
Eneva (ENEV3) avançava 3,2%, endossada por relatório do Itaú BBA elevando a recomendação dos papéis para “outperform” e citando que a ação é o melhor veículo para enfrentar a severa crise hídrica no país.
Inter (BIDI3) e Inter (BIDI11) valorizavam-se 2,6% e 2,8%, respectivamente, mais uma vez entre os destaques positivos do Ibovespa, descolando do sinal negativo de bancos de varejo, com Itaú Unibanco (ITUB4) cedendo 0,3% e Bradesco (BBDC4) caindo 0,4%.
(Atualizada às 12:29)