Ibovespa avança com exterior favorável; IRB salta cerca de 8%
O tom positivo prevalecia na bolsa paulista nesta segunda-feira, beneficiada pelo clima favorável a ativos de risco globalmente, após o presidente dos Estados Unidos assinar pacote para mais estímulos fiscais.
Às 12:3 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) subia 0,47%, a 118.359,81 pontos. O volume financeiro era de 5,5 bilhões de reais.
No domingo, o presidente Donald Trump sancionou um pacote de ajuda no valor total de 2,3 trilhões de dólares, restaurando o auxílio-desemprego a milhões de norte-americanos e evitando a paralisação do governo federal.
Na visão do estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, o pacote deve dar suporte para que a economia dos EUA atravesse um período mais turbulento até que a vacinação atinja uma escala maior e permita uma recuperação mais estrutural do país.
Ele também destacou em comentários a clientes mais cedo que o processo de vacinação vem ganhando escala ao redor do mundo e trazendo expectativas de uma normalização econômica e social ainda no primeiro semestre de 2021.
Ainda no radar, o Reino Unido publicou no sábado o texto do acordo comercial com a União Europeia para sair de um dos maiores blocos comerciais do mundo.
Wall Street abriu em alta nesta segunda-feira, com novos recordes para S&P 500, Dow Jones e Nasdaq, mesmo sinal já apresentado por pregões europeus, com o alemão DAX atingindo máxima histórica. O petróleo também subia.
No curto-prazo, o diretor de investimentos da TAG avaliou que os ativos brasileiros serão ajudados pelo fluxo global para ativos cíclicos, que se beneficiam da recuperação mundial, como as commodities.
“Contudo, sem um processo de vacinação em massa, corremos o risco de ‘ficarmos para trás’ no processo de recuperação e pagarmos um preço elevado em momentos de menor liquidez global.”
Destaques
IRB Brasil RE (IRBR3) subia 8,2%, após dados mostrarem prejuízo de 23,8 milhões de reais em outubro, mas lucro líquido 110,3 milhões se excluídos efeitos não recorrentes. A resseguradora também adiou o pagamento de juros sobre capital próprio previsto para a terça-feira.
Bradesco (BBDC4) avançava 1,15% e Itaú Unibanco (ITUB4) valorizava-se 0,53%, após o Conselho Monetário Nacional (CMN) flexibilizar as regras sobre distribuição dos resultados de 2020 das instituições financeiras, após restrições adotadas em razão da pandemia do coronavírus.
PetroRio (PRIO3) tinha alta de 1,8%. No último dia 24, a companhia comunicou que engajou bancos para uma potencial oferta pública de ações (follow-on). No setor, 3R (RRRP3), que não está no Ibovespa, avançava 5% após conseguir benefício fiscal envolvendo operação no Polo Macau.
Petrobras (PETR4) subia 1,22%, mesmo com o enfraquecimento dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent mostrava decréscimo de 0,06%, a 51,26 dólares o barril.
Magazine Luiza (MGLU3) caía 1,56%, em sessão mais fraca para ações de comércio eletrônico e tendo no radar reportagem da revista Crusoé sobre investigação do Ministério Público de São Paulo envolvendo a companhia. Procurada, a varejista não respondeu de imediato.
Vale (VALE3) avançava 1,32%, em sessão sem sinal único para o setor de mineração e siderurgia da bolsa, com Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3) em alta, mas Usiminas (USIM5) trabalhando no vermelho.
Alibaba BDR (BABA34) desabava 14,6%, acompanhando o declínio dos papéis da gigante de e-commerce chinesa no exterior em meio a uma investigação antitruste por reguladores chineses. Em Hong Kong, os papéis caíram 9%, mesmo após anúncio de recompra de ações no valor de 10 bilhões de dólares.