Ibovespa: Ativa corta projeção e passa a ver índice a 127 mil pontos no fim do ano
A Ativa Investimentos cortou o preço-alvo do Ibovespa, de 135 mil pontos a 127 mil pontos, para o fim de 2022.
O movimento se soma às últimas revisões feitas pelo mercado, com o Itaú BBA reduzindo o alvo do índice para 110 mil pontos e a XP Investimentos apostando no patamar dos 120 mil pontos.
Apesar de uma perspectiva construtiva para a Bolsa no longo prazo, fatores macroeconômicos impedem que a Ativa confirme uma postura mais otimista no curto prazo.
A preocupação quanto a uma potencial recessão nos Estados Unidos tem levado gestores a realizar ajustes em seus portfólios, dando preferência a ativos mais seguros e, consequentemente, afetando mercados como o Brasil, destaca.
No cenário doméstico, a Ativa diz que as premissas macroeconômicas ainda estão sob ajustes, o que tem trazido incertezas que pesam no preço dos ativos.
Além do risco fiscal, a corretora chama atenção para a piora nas expectativas de inflação, com o mercado projetando IPCA próximo de 10% para 2022 e realizando revisões altistas para o ano de 2023.
“Também colocamos na conta uma curva de aperto monetário mais aguda. Aqui na casa temos 13,75% para a Selic no fim desse ano”, acrescenta.
A Ativa espera que, concluídas as eleições e conhecendo a próxima equipe econômica, haja mais visibilidade e o mercado fique mais “leve”.
Desconto na Bolsa
O mercado de ações brasileiro continua bastante descontado, considerando o P/L (preço sobre lucro) em relação ao seu histórico.
De acordo com a Ativa, desde agosto do ano passado, o P/L do Ibovespa negocia em níveis “muito baixos”, entre 6-8 vezes.
Por outro lado, o lucro esperado da Bolsa teve revisões altistas após a última temporada de resultados corporativos, mantendo-se depois em patamar elevado.
“Embora sob a ótica do P/L os valuations sigam em níveis descontados, os ‘targets’ das empresas têm caído”, ressalta a Ativa. Segundo a corretora, isso é explicado em boa parte pela contínua elevação da taxa de desconto.
A Ativa comenta que as empresas conseguiram fazer ajustes para superar a crise da pandemia, o que as colocam em melhor posição para enfrentar as adversidades.
“Enquanto as empresas, de uma forma geral, têm feito o ‘dever de casa’, o mercado segue sem um gatilho mais claro para uma precificação mais justa e isso deve permanecer até algumas semanas antecedentes às eleições presidenciais, onde teremos uma visibilidade maior quanto ao risco político, somado a uma trajetória de juros mais avançada e mais ‘digerida’ pelo mercado”, completa.
No cenário atual, a corretora tem preferência de exposição a empresas mais líquidas e a setores com bons fundamentos, como petróleo, minério, proteínas, bancos, consumo do segmento de alta renda e shoppings.
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