Ibovespa: As (não) falas de Powell que mudaram o humor dos mercados e renovaram recorde
O Ibovespa deixou o pessimismo do início da sessão de lado e fechou em alta após discurso do presidente do Federal Reserve, o Banco Central americano. A bolsa brasileira subiu 0,45%, a 122.560 pontos.
Com isso, o índice brasileiro renovou o maior nível de fechamento em quase dois anos, quando atingiu 123.019 pontos em 9 de agosto de 2021. Na mínima, o índice caiu a 121.370,43 pontos e, na máxima, subiu a 122.746,72 pontos.
Segundo analistas ouvidos pelo Money Times, Powell não falou nenhuma novidade. Porém, o fato do mandachuva do Fed não ter piorado o cenário já foi suficiente para animar os investidores.
“Ficou tudo sem surpresa, na verdade. No news, good news”, resume Victor Benndorf, que comanda a casa de análise que leva o seu sobrenome.
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Ele nota ainda que yield americano passou a cair no intradiário, “o que ajuda um pouco a nossa curva de juros”.
Em sua fala, Powell disse que é possível uma elevação na taxa de juros na reunião de setembro “se os dados justificarem, e eu também diria que é possível que decidamos nos manter estáveis nessa reunião” se for isso que os dados pedem. Ele observou que o Fed tomará decisões sobre a política monetária reunião a reunião.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve, elevou a taxa de juros de referência nos Estados Unidos (Fed Funds) em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 5,25% e 5,5%.
A decisão já era esperada pelo mercado financeiro e retoma o ciclo de aperto monetário, após o Fed optar por manter a taxa entre 5% e 5,25% na reunião passada. Aquela foi a primeira vez que a autoridade não alterou os juros desde março de 2022, após dez aumentos.
“Em seu discurso, Powell reforçou que a estabilidade de preços é responsabilidade do FED. DIs caíram e mercado se animou. Sinceramente, não vi nenhuma mensagem muito positiva para esse movimento do mercado”, explica Marcelo Oliveira, CFA e co-fundador da Quantzed
O especialista diz ainda que o Powell deixou em aberto ainda a reunião de setembro dizendo que precisa acompanhar os números de perto sem trazer novidades sobre próximas decisões. “Foi uma decisão acertada e que veio de acordo com o que se esperava”, completa.
Localmente, a Fitch anunciou pela manhã a elevação da nota de crédito soberano do Brasil a “BB”, de “BB-” antes, com perspectiva estável, e atribuiu a mudança a um desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado.
“Acho que hoje o mercado ficou dando muito mais valor para a questão do Fed, que é um negócio muito mais global”, afirmou Kishore, da Daycoval.
Com Reuters