Bula do Mercado

Ibovespa aposta na ‘virada’ de Bolsonaro e deve seguir descolado do vaivém no exterior

20 out 2022, 8:03 - atualizado em 20 out 2022, 8:15
Mercados
Ibovespa deve seguir descolado dos mercados globais, onde o rali tem vida curta, em meio à aposta do investidor na virada de Bolsonaro na eleição (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa deve seguir descolado dos mercados globais nesta quinta-feira (20), onde o rali do mercado de baixa (“bear market rally”) tem vida curta. Ainda assim, a alta do petróleo deve renovar o fôlego da Petrobras (PETR3;PETR4), com a aposta do investidor na “virada” de Jair Bolsonaro (PL) para vencer a eleição animando a bolsa brasileira.

Pesquisas eleitorais divulgadas nesta semana mostram aproximação do candidato à reeleição ao rival Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial devido à diminuição do voto nulo ou branco. Ao mesmo tempo, a queda na rejeição ao atual presidente alimenta expectativas de mudança no resultado das urnas no último domingo do mês (30).  

Porém, assim como os ativos de risco lá fora, os negócios locais não devem se iludir. Ainda que os levantamentos mostrem um estreitamento na diferença entre Lula e Bolsonaro, apontando um empate técnico e um momento mais favorável em favor do segundo colocado, o petista ainda leva vantagem numérica. 

E a rigidez do voto mantém a sensação de que a corrida presidencial será decidida no “photochart”, como num turfe. Com isso, não se pode descartar momentos de volatilidade nas ações e no dólar, com os investidores buscando sinais de mudança de clima nas eleições na reta final do segundo turno. 

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Evidências

Nesse sentido, é interessante notar o movimento lá fora. Depois de passar semanas à procura de sinais de um “pivô” do Federal Reserve na condução da política monetária, o mercado simplesmente ignorou as declarações mais suaves (“dovish”) dos “falcões” (“hawkish”) James Bullard e Neel Kashkari

Segundo os membros do Fed, a taxa de juros nos Estados Unidos não deve subir “para sempre” – nem a inflação ao consumidor, que talvez já tenha atingido o pico. Isso configura o dia para um possível “momento de lâmpada”, no qual os ganhos recentes nas ações e as quedas nos rendimentos dos bônus levam o investidor a de repente ter uma boa ideia – e perceber que não podia mais continuar.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h55:

EUA: os futuros do Dow Jones tinha alta de 0,30%; o S&P 500 oscilava com +0,07%; enquanto o Nasdaq tinha queda de 0,16%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 0,48%; a bolsa de Frankfurt recuava 0,70%; a de Paris crescia 0,12% e a de Londres tinha ligeira queda de 0,07%

Câmbio: o índice DXY caía 0,24%, a 112.71 pontos; o euro subia 0,28%, a US$ 0,9802; a libra tinha alta de 0,09%, a US$ 1,1228; o dólar caía 0,14% ante o iene, a 149,70 ienes, após a moeda japonesa ser cotada a 150 por dólar, nível visto pela última vez em 1990

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 4,116%, de 4,139% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,563%, de 4,554% na sessão anterior.

Commodities: o futuro do ouro subia 0,48%, a US$ 1.642,10 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,88%, a US$ 86,11 o barril; o do petróleo Brent avançava 1,47%, a US$ 93,76 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em queda de 1,74% em Dalian (China), a 676 yuans.

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