Ibovespa: Alta nos juros dos EUA prejudica índice? Passado diz que não
O Federal Reserve (Fed) deu início ao ciclo de elevação da taxa de juros norte-americana nesta quarta-feira (16).
O banco central dos Estados Unidos anunciou o primeiro aumento nos juros do país em 2022, de 0,25 ponto percentual. A decisão reforça a postura mais contracionista das autoridades monetárias em relação à inflação norte-americana, que atingiu em fevereiro o maior aumento anual em 40 anos, de 7,9%.
A falta de clareza no posicionamento do Fed sobre a política monetária dos EUA tem mexido com os mercados globais, inclusive o Ibovespa. Com a elevação dos juros norte-americanos, a dinâmica deve ganhar novos contornos.
Ou será que não?
Resiliência
Pode-se imaginar que a mudança na taxa de juros dos EUA pode adicionar pressão ao mercado de ações brasileiro. No entanto, nos últimos ciclos de alta do Fed, o Brasil conseguiu se desempenhar bem.
De acordo com o Bank of America (BofA), o início do ciclo de elevação dos juros pelo Fed não significa necessariamente menores retornos nos mercados de ações emergentes.
“Países e setores ligados a commodities tendem a se sair bem no primeiro ano de altas do Fed”, destaca o banco.
Segundo o BofA, os mercados de ações de alguns países emergentes, como Índia, Brasil, Rússia, Chile e África do Sul, apresentaram uma boa performance em períodos como esse.
O banco comenta que, nos ciclos passados, tanto o petróleo quanto o minério de ferro subiram, o que especialmente é positivo para a Bolsa brasileira, que é altamente exposta a commodities.
Mesmo desconsiderando commodities, o Ibovespa conseguiu ter um bom desempenho nos ciclos de alta anteriores, destaca o BofA.
“No primeiro ano dos últimos três ciclos de alta do Fed, o retorno total do Ibovespa foi, em média, de 34% em termos reais. Mas as commodities não foram só os únicos drivers positivos”, afirma.
Desconsiderando Energia e Materiais, que normalmente representam por volta de 40% do índice, o Ibovespa teve retorno médio de 23%. E, removendo mais as financeiras, a rentabilidade foi, em média, de 13%.
O BofA também lembra que, com a taxa básica de juros brasileira (Selic) em dois dígitos, investidores brasileiros estão migrando do mercado de ações para a renda fixa. Por outro lado, o fluxo de estrangeiros continua forte.
“Nessa semana, os fundos estrangeiros dedicados ao Brasil tiveram o maior fluxo desde outubro de 2021 (quase US$ 300 milhões)”, destaca o banco.
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