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Ibovespa: Ainda dá para sonhar com os 130 mil pontos?

26 jun 2023, 19:31 - atualizado em 26 jun 2023, 19:31
Ibovespa
Com a queda dos últimos pregões, o Ibovespa fica mais distante dos 130.000 pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) voltou a cair nesta segunda-feira (26), seguindo a tendência dos últimos pregões fracos pós-Copom. O índice, que chegou a superar os 120 mil pontos antes de o Banco Central anunciar a manutenção da Selic, taxa básica de juros do Brasil, em 13,75%, voltou aos 118 mil pontos, sinalizando um mercado ainda sensível ao futuro da política monetária nacional.

Com a queda dos últimos pregões, o Ibovespa fica mais distante dos 130.000 pontos levantados pelo Itaú BBA durante o rali do índice. A equipe de análise da instituição avalia em relatório deste mês que, superando os 121.600 pontos, o Ibovespa abre espaço para buscar topo histórico em 131.200 pontos.

A XP Investimentos chegou a atualizar a sua projeção para o índice a 130 mil pontos ao fim de 2023, acompanhando a melhora nas taxas de juros futuras.

Na análise da corretora, a Bolsa brasileira conta com níveis de valuation “bastante atrativos”, enquanto o Brasil segue com um desempenho superior em relação a uma grande parte dos mercados globais.

Mas estaria a recuperação do Ibovespa ameaçada pelo comunicado mais hawkish (postura mais agressiva em relação aos juros) do BC?

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Quebra de tendência?

Para agentes do mercado, a perspectiva não mudou. Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos, sinaliza um período de tensão no curto prazo, especialmente para as ações mais expostas à Selic, como os setores de varejo e construção civil. No entanto, a expectativa ainda é de que o ciclo de aperto monetário está perto do fim.

Heitor De Nicola, especialista de renda variável e sócio da Acqua Vero, diz que o movimento dos últimos pregões não preocupa. Para ele, as últimas sessões podem ser interpretadas mais como “price action” do que uma “quebra de tendência”.

Segundo o especialista, os 130 mil pontos são viáveis até o fim do ano, com o principal catalisador sendo o ciclo de queda dos juros. Outros aspectos macroeconômicos locais e externos podem mexer com a Bolsa brasileira (para cima ou para baixo).

“Além disso, a melhora econômica e melhores resultados apresentados pelas empresas também podem impulsionar o índice”, completa.

Reversão na Bolsa

Com a proximidade da queda dos juros no Brasil, agentes estão preparando as carteiras para a nova dinâmica que deve se instaurar na Bolsa.

Ativos cíclicos locais estão voltando ao radar. Um movimento que tem ganhado força é o interesse pelas small capsGestoras têm ajeitado seus portfólios para incluir ações de empresas de menor capitalização, considerando que muitas delas foram fortemente penalizadas nos períodos de crise recentes (ciclo de alta de juros, em especial) e estão com valuations bastante amassados.

Apesar do comunicado do Copom, o interesse por ações cíclicas domésticas não está ameaçado. É um movimento que já está acontecendo e não deve mudar por conta do comunicado do Banco Central, avalia a Empiricus Research.

Na avaliação do analista João Piccioni, investidores ainda vão continuar colocando dinheiro nas ações cíclicas domésticas. O analista cita como exemplo a onda de ofertas subsequentes de ações (follow-on, em inglês) pela qual o mercado está passando agora.

“Isso, de certa forma, sinaliza que tem apetite do investidor para fazer essa alocação em cíclicas domésticas”, comenta.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.