Ibovespa (IBOV) derrete 2,3% com turbulência global; Wall Street tomba 4%
O Ibovespa (IBOV) encerrou a sessão desta quarta-feira (18) em forte queda de 2,34%, a 106.247,15 pontos, segundo dados preliminares, em meio à piora das perspectivas do cenário internacional.
Em Wall Street:
- Nasdaq Composite (US100) despencou 4,7%;
- S&P 500 (SPX) recuou 4%;
O humor do mercado mudou após as falas do mercado do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
“O discurso de Powell foi lido como mais hawkish do que o esperado. Powell afirmou que elevará os juros até o patamar necessário para levar a inflação de volta a meta”, disse André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP
Com o pessimismo, o minério de ferro caiu, assim como o petróleo (-2,47%), também influenciados pelos relatos de que a China aderiu lockdown na cidade de Tianjin.
Para Adriano Yamamoto, chefe comercial da corretora do C6, o recuo das ações reflete questões que já preocupam o mercado há semanas, como os impactos econômicos dos lockdowns na China, inflação e desaceleração econômica global, alta de juros e guerra na Ucrânia.
Já Wall Street encerrou em queda acentuada, quando a varejista Target perdeu cerca de um quarto de seu valor no mercado de ações ao se tornar a mais recente vítima do salto dos preços, alimentando preocupações com a economia norte-americana.
Veja o que mexeu com os mercados
Inflação no Velho Mundo
A inflação britânica atingiu 9% em abril, superando os picos da recessão do início dos anos 1990, disse a Agência de Estatísticas Nacionais nesta quarta-feira,
Economistas consultados em pesquisa da Reuters projetavam uma leitura de 9,1%, depois de avanço de 7,0% em março.
O Reino Unido tem agora a maior taxa de inflação entre as grandes economias da Europa e quase certamente o G7, uma vez que o Canadá e o Japão ainda não informaram os números de abril.
Também nesta quarta, a inflação da zona do euro registrou em abril o nível recorde de 7,4%, impulsionada pelo aumento dos custos de combustível e alimentos, informou a agência de estatísticas da União Europeia.
O aumento nos preços pressiona bancos centrais a adorarem políticas monetárias mais rígidas nos países, o que preocupa investidores.
“Uma das maiores preocupações é de que a continuidade do aumento nos preços pressione os bancos centrais a aumentarem ainda mais os juros, o que pode levar a desaceleração da economia global. Nesse cenário os investidores tendem a se tornar mais avessos ao risco, o que reflete negativamente nos ativos de risco”, coloca Meirelles
Destaques
– VALE ON (VALE3) cedeu 2,5%, após os contratos futuros do minério de ferro em Dalian caírem 5,3%, diante das restrições contra a Covid-19 na China e seus efeitos sobre perspectivas de crescimento econômico do país. CSN ON (CSNA3) perdeu 5,8%, em sessão negativa para siderúrgicas.
– SANTANDER BRASIL UNIT (SANB11) encolheu 2,8% e BRADESCO (BBDC4) recuou 1,9%, em dia de queda também para bancos.
– ELETROBRAS (ELET6) perdeu 0,7%, em meio à discussão sobre privatização da empresa no TCU. A corte rejeitou a paralisação do processo proposta pelo ministro Vital do Rêgo. A pauta deve ser aprovada no TCU, segundo jornais.
– PETROBRAS PN (PETR4) teve baixa de 1,6%, diante de queda de 2,5% do petróleo Brent após dados de refinarias dos Estados Unidos. PETRORIO ON (PRIO3) exibiu perdas de 5,1% e 3R PETROLEUM ON (RRRP3) recuou 4,2%.
– HAPVIDA ON (HAPV3) subiu 4,5% diante de aprovação de novo programa de recompra de ações pelo grupo de saúde. Na véspera o papel despencou quase 17%, na sequência de resultados do primeiro trimestre.
– LOCAWEB ON (LWSA3) disparou 14%, estendendo movimento da véspera e marcando a quarta alta nas últimas cinco sessões. A ação saltou no final após leilão programado de papéis da empresa por acionista, representando quase 5% do capital.
– FLEURY ON (FLRY3) subiu 0,1%, após anunciar a criação de uma empresa de oncologia em parceria com a Beneficência Portuguesa e uma controlada indireta do Bradesco.
– INTER UNIT (BIDI11) retraiu 8,6%, após seis sessões de consecutivas de ganhos.
– BR PROPERTIES ON (BRPR3) saltou 5,7%, após o Brazil Journal dizer que a Brookfield fechou a compra de parte do portfólio da empresa por 6 bilhões de reais. A empresa confirmou a venda depois do fechamento do mercado.
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