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Ibovespa afunda 1,85% após ataque russo à Ucrânia

24 fev 2022, 13:02 - atualizado em 24 fev 2022, 13:02
Às 12:57, o Ibovespa caía 1,85%, a 109.924.25 pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O principal índice da bolsa brasileira tinha firme recuo nesta quinta-feira, à medida que os ativos globais reagiam ao avanço da Rússia sobre a Ucrânia.

Bolsas tinham forte queda nos Estados Unidos e despencavam na Europa, enquanto o petróleo Brent voltou a casa dos 100 dólares o barril.

Em percentual, ações de empresas dos setores de saúde, aéreo e turismo e de tecnologia estavam entre as maiores quedas do Ibovespa. Petrolíferas subiam e SulAmerica disparava, após acerto para venda da companhia à Rede D’Or.

Às 12:57, o Ibovespa caía 1,85%, a 109.924.25 pontos. O volume financeiro da sessão era de 10,6 bilhões de reais.

O presidente russo, Vladimir Putin, autorizou o que chamou de operação militar especial na Ucrânia, no que pode ser o início de uma guerra na Europa devido às exigências da Rússia pelo fim da expansão da Otan para o leste. O governo ucraniano acusou Moscou de lançar uma invasão em escala total.

“Essas estão entre as horas mais sombrias da Europa desde a Segunda Guerra Mundial”, disse o chefe de relações exteriores da União Europeia.

Em resposta, os Estados Unidos e seus aliados prometeram novas sanções contra a Rússia, após semanas de esforços diplomáticos sem sucesso. Além disso, o Conselho de Segurança Nacional norte-americano se reúne pela manhã.

Uma representante da União Europeia disse que as medidas vão atingir severamente a economia russa, aumentando a inflação e erodindo gradualmente sua base industrial.

Ativos russos e mesmo de empresas com operações ligadas ao país desabavam pelo temor dos efeitos das medidas a serem impostas.

O vice-presidente brasileiro Hamilton Mourão defendeu nesta quinta-feira o uso da força para conter a invasão russa da Ucrânia e afirmou que o Brasil já se colocou contra o ataque ao defender, na Organização das Nações Unidas, os princípios de não intervenção e soberania das nações.

Destaques

Petrobras (PETR3;PETR4) subia 1,6% e ON avançava 2,8%, diante da alta do petróleo, com tensões na Ucrânia exacerbando as preocupações sobre interrupções no fornecimento global de energia. Contrato do Brent operava acima de 100 dólares, o que não ocorria desde 2014.

A empresa divulgou na véspera lucro líquido de 31,5 bilhões de reais no quarto trimestre e pagamento recorde de dividendos. PetroRio (PRIO3) subia 4,1% e 3R Petroleum (RRRP3) avançava 5,4%.

Azul (AZUL4) caía 6%, dado o impacto da ofensiva russa na operação de companhias aéreas e nos preços de combustíveis. Além disso, a empresa divulgou prejuízo líquido de 945,7 milhões de reais no quarto trimestre, com efeito de despesas financeiras, embora o resultado operacional tenha superado as previsões de analistas. CVC (CVCB3) cedia 6,1% e GOL (GOLL4) recuava 4,4%.

SulAmérica (SULA11) disparava 11,4%, após a Rede D’Or acertar a compra da companhia, em operação que avalia a seguradora em 13 bilhões de reais. Além disso, a companhia também divulgou resultados. REDE D’OR ON desabava 9,5%. Qualicorp (QUAL3) afundava 12,1%.

Inter (BIDI11) tinha decréscimo de 7,6%, sexta queda consecutiva, enquanto Méliuz (CASH3) perdia 6,5% e Positivo (POSI3) desvalorizava-se 5,7%.

Ambev (ABEV3) caía 2%, TIM (TIMS3) perdia 1%, assim como Ultrapar (UGPA3), e Minerva (BEEF3)  recuava 0,9%, após divulgarem resultados trimestrais.

Crise na Ucrânia derrubava grande parte do mercado e camuflava reação dos investidores aos balanços de algumas empresas. GPA ON avançava 0,6%, depois de alta no lucro no último trimestre.

Itaú (ITUB4) perdia 2,9%, Bradesco (BBDC4) recuava 3,5%, Banco do Brasil (BBAS3) tinha queda de 2,8% e Santander (SANB11) perdia 3,3%.

Vale (VALE3) caía 2,4% e siderúrgicas cediam, após o preço do minério de ferro fechar em tímida alta na China.

Suzano (SUZB3) avançava 0,6%, impactada positivamente pela alta do dólar. Outras ações “vitoriosas” da sessão eram ligadas ao agronegócio.

A  SLC Agrícola (SLCE3), que não está no Ibovespa, ganhava 6,2% com a disparada nos preços dos grãos por causa da crise na Ucrânia.