Ibovespa acumula alta de 5,9% em 5 dias; veja o que movimentou a semana
O Ibovespa (IBOV) terminou a semana acumulando uma valorização de 5,91%, atingindo nesta sexta-feira (12) os 112.764,26 pontos.
Investidores continuaram repercutindo a decisão da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), bem como o comunicado das autoridades a respeito dos próximos passos para o controle da inflação brasileira.
Na última reunião, o Copom elevou em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros Selic, a 13,75%. Na ocasião, o BC deixou aberta a possibilidade de mais uma elevação nos juros.
A ata do Copom, divulgada na terça-feira (9), trouxe um tom mais “dovish”. Mesmo com o BC abrindo possibilidade para uma nova alta de 0,25%, parte do mercado descartou esse movimento e passou a projetar o fim do ciclo de aperto monetário em 13,75%.
Também na terça, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
O indicador mostrou a primeira deflação mensal desde maio de 2020, caindo 0,68% em julho, ajudado pela queda nos preços dos combustíveis e energia elétrica. O índice acumulado em 12 meses está em 10,07%.
Nesta sexta, o IBGE apresentou a nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
No segundo trimestre, a taxa de desemprego do país foi de 9,3%, recuando 1,8 ponto percentual ante o primeiro trimestre de 2022, quando estava em 11,1%.
A taxa de desocupação recuou em 22 das 27 Unidades da Federação, mantendo-se estável nas outras cinco, revelou o IBGE.
Alívio nos EUA
Nos Estados Unidos, a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) não adotará uma postura tão agressiva em seu ritmo de aperto monetário para conter a inflação nos Estados Unidos ganhou força nos últimos dias.
Isso porque, na quarta (10), O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou dados de inflação americana, que vieram melhores que o esperado.
O indicador ficou estável em julho, depois de avançar 1,3% no mês anterior, de acordo com o Departamento do Trabalho.
O CPI deve ter subido 0,2% no mês passado, marcando a maior desaceleração mensal de aumento nos preços desde 2005.
Bateria de resultados
Os resultados referentes ao segundo trimestre do ano das empresas brasileiras listadas na Bolsa também serviram para sustentar a boa performance do Ibovespa na semana.
Destaque para Banco do Brasil (BBAS3) e sua controlada BB Seguridade (BBSE3), que reportaram balanços positivos. No primeiro pregão após a divulgação dos números, os papéis do BB fecharam em alta de 4,43%.
Itaú Unibanco (ITUB4) divulgou seus resultados no início da semana e também recebeu uma resposta positiva do mercado. Segundo o BTG Pactual, o Itaú merece novamente o selo de “premium”, depois de muitos anos com desempenho próximo da média.
Cassiano Konig, sócio da GT Capital Investimentos, destaca que o resultado dos bancos cresceu em média mais de 20% no trimestre.
“Vimos uma melhora no ROA (retorno sobre ativos), o que levou o preço dos ativos a um desconto ainda maior comparado com a média histórica que os bancos vinham sendo negociados na Bolsa”, afirma.
Sobre o BTG Pactual (BPAC11), analistas do mercado avaliaram que o banco teve um trimestre forte, com expansão sequencial da receita com desempenho sólido nos principais segmentos de negócios.
Os frigoríficos também movimentaram o universo corporativo, com a BRF (BRFS3) vendo seu prejuízo subir 70,8%, a R$ 451 milhões. Na quinta (11), as ações da companhia despencaram mais de 12%. A Minerva (BEEF3), por outro lado, saltou 7,33% no dia. Além dos resultados, a companhia anunciou o pagamento de R$ 128 milhões em dividendos.
Nesta sexta, a Hapvida (HAPV3) disparou 16,97%, negociada a R$ 7,72, depois de reportar um balanço em linha com as projeções do mercado. O Bank of America (BofA) aproveitou a divulgação dos resultados para elevar a recomendação dos papéis da empresa de saúde de “neutra” para “compra”, com preço-alvo de R$ 10.
Os varejistas Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) dispararam 17,76% e 13,98%, respectivamente. A Via surpreendeu ao reportar lucro de R$ 6 milhões, sendo que o consenso do mercado esperava prejuízo. A disparada dos papéis do Magalu veio mesmo após a divulgação do terceiro prejuízo consecutivo da companhia.
A Americanas (AMER3) também soltou seu balanço, mas não agradou. A companhia fechou o dia em queda de 2,41%.
Natura (NTCO3), que reportou prejuízo de R$ 766 milhões entre abril e junho de 2022, despencou mais de 10% hoje.
A Petrobras (PETR3;PETR4) viu suas ações mostrarem boa performance ao longo da semana, com investidores atentos aos gordos dividendos da estatal. No pregão desta sexta, a empresa disparou 8,01% (ordinária) e 7,19% (preferencial), com fluxo de investidor estrangeiro buscando liquidez.
As aéreas também se destacaram positivamente, com Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) apresentando crescimento na demanda de voos em julho.
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