Ibovespa avança puxado por bancos e Petrobras e mira 83 mil pontos
A bolsa paulista começava a quinta-feira sem tendência clara, tendo de pano de fundo alguma fraqueza nos mercados acionários no exterior, mas alta em commodities como o petróleo, em um ambiente ainda volátil nas praças financeiras globais.
Além de questões atreladas à pandemia do Covid-19, tensões comerciais também estão no radar no exterior, enquanto, no Brasil, é o cenário político que também ocupa o holofote.
Às 11:51 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) subia 1,81%, a 82.791,25 pontos.
O Goldman Sachs (GS) apontou que a América Latina oferece o maior valor entre ações de mercados emergentes, com a bolsa paulista provavelmente a melhor candidata a uma recuperação, conforme relatório a clientes no final da quarta-feira.
“As ações brasileiras em dólares têm sido o ativo com o pior desempenho em meio ao ‘sell-off’ de mercados emergentes, e recomendamos a investidores que comprem Bovespa (B3SA3)“, afirmaram os estrategistas, citando entre os fatores espaço de recuperação no mercado brasileiro com a melhora do risco global e relacionamento historicamente próximo com preços de commodities.
No exterior, Wall Street não tinha um viés único, conforme tensões comerciais entre Estados Unidos e China e resultados divergentes de varejistas traziam receios sobre o ritmo de recuperação das economias afetadas pelo coronavírus.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira, em reunião com governadores, sanção ao projeto de auxílio de 60 bilhões de reais a Estados e municípios.
Durante a reunião, da qual também participaram os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente pediu apoio aos governadores ao veto referente ao aumento para servidores públicos.
Destaques
– Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) avançavam 3,47% e 4,13%, respectivamente, puxando a alta do Ibovespa. Banco do Brasil (BBAS3) tinha alta de 4,68%.
– Petrobras (PETR4) ganhava 2,02%, tendo de pano de fundo a alta dos preços do petróleo no exterior. O BTG Pactual (BPAC11) também afirmou que os ADRs da petrolífera ainda oferecem um bom ponto de entrada e reiteraram recomendação ‘compra’, com preço-alvo de 10 dólares para os ADRs e de 28 reais para as preferenciais negociadas na bolsa paulista.
– Cyrela (CYRE3) ganhava 7,07%, em sessão positiva para o setor como um todo, com o índice do segmento na bolsa em alta de 4,16%. Ações de incorporadoras tendem a se beneficiar de um cenário de juros menores, uma vez que tal movimento amplia a diferença entre a taxa de retorno e o custo da divida.
No mesmo contexto, brMalls (BRML3) ON subia 6,86%.
– Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) subiam 5,94% e 4,73%, respectivamente, diante das expectativas mais positivas de reabertura das economias. Ambas as companhias áreas anunciaram aumento de voos para o mês de junho. A forte queda do dólar ante o real era mais um componente benigno.
– Suzano (SUZB3) perdia 3,01%, com papéis de exportadoras entre os destaques negativos na esteira da queda do dólar ante o real. No setor de papel e celulose, Klabin (KLBN11) recuava 1,66%.
Entre as companhias de proteínas, Marfrig (MRFG3) cedia 2,37%, Minerva (BEEF3) caía 2,43% e JBS (JBSS3) mostrava declínio de 2,76%.
– Vale (VALE3) cedia 0,99%, mesmo com os futuros do minério de ferro fechando acima dos 100 dólares por tonelada nesta quinta-feira, com preocupações sobre um aperto na oferta do Brasil, onde a epidemia de coronavírus se agrava, compensando perspectivas fracas para a demanda global por aço.
– IRB (IRBR3) caía 1,45%, após forte valorização na véspera e tendo de pano de fundo comunicado da Lazard Asset Management à resseguradora de que alienou ações da companhia em nome de seus clientes, reduzindo a participação para aproximadamente, 3,78% do total de ações do IRB.