Fantasma da Evergrande volta a assombrar e Ibovespa cai após 3 altas
O principal índice brasileiro de ações caía nesta sexta-feira, reverberando movimento negativo dos mercados globais diante de renovados temores de que uma quebra da incoporadora Evergrande cause uma crise sistêmica nos setores imobiliário e financeiro da China, com possíveis implicações no mundo todo.
Também embutindo pessimismo com a economia brasileira após dados de inflação e de expectativas do consumidor, às 12:34 Ibovespa recuava 1,03%, a 112.886.44 pontos, após ter subido por três dias seguidos. O giro financeiro da sessão era de 8,3 bilhões de reais.
Na China, a incorporadora Evergrande deixou investidores globais em dúvida se receberão juros que venceram na véspera.
A companhia deve 305 bilhões de dólares e investidores temem um colapso sistêmico do sistema financeiro da China que reverbere em todo o mundo.
Por aqui, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15, prévia da inflação oficial brasileira teve em setembro o nível mais elevado para o mês em 27 anos.
“O resultado confirma nossa leitura de inflação elevada no curto prazo, pressionada tanto pelos repasses em curso dos elevados custos de produção quanto pelo efeito da aceleração dos preços dos serviços”, escreveu a economista Ana Paula Tavares, da XP.
E a Fundação Getúlio Vargas revelou que confiança dos consumidores brasileiros recuou ao menor patamar em cinco meses em setembro diante de temores inflacionários, risco de crise energética e de incertezas econômicas e políticas.
Destaques
BRF (BRFS3) subia 1,4%. Na véspera, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a compra de ações da companhia pela rival Marfrig, que avançava 0,2%. A Marfrig (MRFG3) já tem quase 32% da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão.
Americanas SA (AMER3) recuava 4,8%, mostrando maior pessimismo de investidores com novos sinais de inflação persistentemente alta no país, o que eleva apostas de um ciclo de aperto ainda maior da política monetária, o que deve prejudicar o consumo. No setor, Grupo Soma (SOMA3) caía 3,2%, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) tinha baixa de 2,8%.
Hapvida (HAPV3) tinha baixa de 2,1%. A empresa informou mais cedo que sua oferta pelo Grupo HB Saúde foi aprovada e prevê desembolsar 383,5 milhões de reais para comprar 59% dos acionistas da HB, a parcela dos que aprovaram a proposta.
BTG Pactual (BPAC11) retrocedia 3,2%, ilustrando como investidores preferiam se desfazer de ações do setor bancário após uma recuperação robusta nas últimas três sessões. Bradesco (BBDC4) tinha retração de 1,45% e Itaú Unibanco (ITUB4) era desvalorizada em 1%.
Petrobras (PETR4) recuava 0,3%, apesar da alta dos preços internacionais do barril do petróleo. PetroRio (PRIO3) liderava os ganhos do índice, subindo 3,8%.
Vale (VALE3)encolhia 1,2%, com a volta dos temores ligados à China e os possíveis impactos nas exportações de minério de ferro para aquele mercado. Na mesma trilha, CSN (CSNA3) perdia 3,3%, enquanto Usiminas (USIM5) tinha recuo de 2,5%.
(Atualizada às 12:36)