Ibovespa em queda por cena econômica e corporativa

Após fechar o pregão de ontem (14) em baixa, renovando as mínimas do ano, o Ibovespa (IBOV), principal índice acionário brasileiro, estende as perdas e inicia a sessão desta sexta-feira (15) no vermelho, influenciado pela divulgação de dados econômicos internos abaixo do esperado, além do mercado repercutir a atuação anunciada pelo Banco Central (BC) para conter o avanço do dólar. Notícias relativas ao cenário corporativo também pesam sobre os negócios.

Às 10h30 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 0,36%, aos 71.161 pontos. O volume de negócios totalizava R$ 553 milhões.

Na cena interna, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou crescimento de 0,46%, de acordo com dados divulgados hoje. Trata-se do primeiro avanço após três meses consecutivos de queda. Apesar da alta, o aumento é inferior ao estipulado por alguns analistas de mercado.

O dólar voltou ontem às manchetes após subir mais de 2,5% e superar a faixa de R$ 3,80. A expectativa é de que a moeda norte-americana siga no radar dos investidores nesta sexta-feira, principalmente em meio à escalada da tensão comercial entre Estados Unidos e China.

O mercado inicia o pregão local reagindo à decisão do Banco Central de dar continuidade aos leilões extras de swap cambial, oferecendo “em torno de” US$ 10 bilhões na próxima semana, principalmente por conta de um ambiente externo hostil.

Nos Estados Unidos, a agenda econômica traz como principal destaque a divulgação dos números da Produção Industrial, com o mercado apostando em crescimento de 0,1% em maio, após alta de 0,7% em abril.

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Cenário Corporativo

A Braskem (BRKM5) informou ao mercado na manhã desta sexta-feira (15) que a Odebrecht, acionista controladora da companhia, iniciou tratativas exclusivas com a holandesa LyondellBasell, terceira maior produtora de resinas plásticas do mundo, para “uma potencial transação” de transferência da totalidade da participação da Odebrecht no capital social da petroquímica à LyondellBasell.

A Odebrecht detém 38,3% do capital total da Braskem, seguida por Petrobras, com 36,1%. Outros acionistas representam 25,5%. “Segundo a Odebrecht, as negociações estão em estágio preliminar e foi concedida exclusividade à LyondellBasell no âmbito das tratativas, que são regidas por acordo de confidencialidade”, informou a Braskem em comunicado.

As ações da Braskem disparavam há pouco 16,73%, liderando os ganhos da sessão, cotadas a R$ 48,00.

Ainda na cena corporativa, destaque também para os ativos da Eletrobras (ELET6). O leilão de desestatização de seis distribuidoras de energia da companhia na região Norte deve ocorrer no dia 26 de julho, na B3, de acordo com edital de desestatização publicado pelo BNDES, informou a empresa em comunicado. As ações da empresa iniciaram o pregão de hoje com avanço de 1,28%, cotadas a R$ 16,56.

Ativos no vermelho

Os papéis da BRF (BRFS3) operavam com queda de 4,41%, cotados a R$ 19,95. O mercado repercute a notícia de que o ex-presidente da Petrobras, Pedro Parente, foi dispensado da quarentena pela Comissão de Ética Pública. Parente pediu demissão da estatal  em 1º de junho e foi convidado para a presidência da BRF.

Cabe à Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República definir se ex-agentes públicos devem passar por uma quarentena antes de assumir cargo na iniciativa privada e Parente pediu um parecer à CEP neste sentido. Em comunicado, a BRF informou que Pedro Parente irá assumir o cargo de CEO da companhia já na próxima segunda-feira (18).

Os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) registravam queda de 0,62%, negociados a R$ 15,01. Na manhã desta sexta-feira, a estatal comunicou que concluiu ontem (14) a cessão de 25% de participação no campo de Roncador para a norueguesa Equinor (ex-Statoil), em uma transação avaliada em US$ 2 bilhões.

A petrolífera brasileira revelou que permanecerá como operadora do campo com 75% de participação. “Além desse valor, a Equinor realizará pagamentos contingentes, referentes aos investimentos nos projetos que visam ao aumento do fator de recuperação desse campo, carregando a Petrobras na proporção 2:1 (além dos 25% de sua participação, a Equinor pagará mais 25%) limitados a US$ 550 milhões”.

Segundo o Santander, a derrota da Gerdau (GGBR4) em uma decisão da 2ª instância, pela 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, referente a processos decorrentes de representação de dois sindicatos de construção civil de São Paulo, alegando que ela e outros produtores de aços longos no Brasil teriam infringido a legislação antitruste, de R$ 417,8 milhões, poderá chegar a R$ 700 milhões considerando os ajustes para os valores atuais.

As ações preferenciais da empresa operam nesta sexta-feira com baixa de 0,63%, negociadas a R$ 14,18.