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Ibovespa recua com balanços e exterior desfavorável tendo política no radar

22 maio 2020, 11:37 - atualizado em 22 maio 2020, 11:38
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Na véspera, o Ibovespa subiu mais de 2% (Imagem: B3/Linkedin)

O Ibovespa oscilava pouco nos primeiros negócios desta sexta-feira, tendo como pano de fundo um cenário misto no exterior, enquanto agentes financeiros monitoram o ambiente político brasileiro, além da temporada de resultados corporativos.

Às 11:37 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) caía 1,21%, a 82.023,34 pontos.

Na véspera, o Ibovespa subiu mais de 2%, acima dos 83 mil pontos pela primeira vez desde o fim de abril, com o desfecho de reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores agradando.

Após trégua na cena política na véspera, a semana termina com expectativa para a divulgação do vídeo da reunião ministerial na qual, segundo o ex-ministro Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro cobra-lhe troca na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro sob a ameaça de demiti-lo.

A expectativa é que o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decida nesta sexta-feira se divulga, na íntegra ou parcialmente, a gravação da reunião.

O vídeo é considerado como uma das principais provas para sustentar a acusação feita por Moro de que o presidente tentou interferir no comando da PF, fato investigado em inquérito relatado pelo ministro do STF.

Expectativa da divulgação do vídeo da reunião ministerial que comprovaria as acusações do ex-ministro  Moro sobre Bolsonaro (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

Da temporada de balanços, Usiminas divulgou resultado nesta sexta-feira, quando também se destacam os números de Lojas Renner (LREN3) e Cogna (COGN3) reportados após o fechamento na quinta-feira.

No exterior, o futuro do S&P 500 tinha acréscimo de 0,1%, mas algumas bolsas na Europa oscilavam no vermelho, com o londrino FTSE 100 em baixa de 0,26%, assim como recuavam os preços do petróleo, com o Brent caindo 2.9%.

A equipe do Safra destacou que o exterior sofre influencia da reunião chinesa em que removeram a meta de crescimento de 6% e colocaram uma lei de segurança nacional em Hong Kong que daria mais controle à China no território.

“Essa ação prejudica sua relação com os EUA, gerando ainda mais tensão”, avaliou em nota a clientes.

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Destaques

Cogna (COGN3) perdia 8,30%, após prejuízo líquido 39,122 milhões de reais no primeiro trimestre, resultado da piora no desempenho operacional e maior alavancagem financeira. O cenário deflagrado pelo Covid-19 também influenciou na redução do volume de captação de alunos do ensino presencial e aumento de provisões.

Mercado não perdoa prejuízo da Cogna e ações derretem (Imagem: Youtube da Cogna)

No setor, Yduqs (YDUQ3) caía 6,23%.

Lojas Renner (LREN3) mostrava queda de 7,65%, após tombo de cerca de 94% no lucro líquido do primeiro trimestre sobre o resultado positivo de um ano antes influenciada pelos impactos da epidemia de Covid-19 sobre sua divisão de serviços financeiros.

Usiminas (USIM3; USIM5) cedia 5,63%, tendo balanço também no radar, com prejuízo líquido de 424 milhões de reais no primeiro trimestre, em meio a um resultado financeiro negativo afetado por perdas cambiais.

No setor, CSN ON caía 3,64% e Gerdau (GGBR3) perdia 4,15%.

Petrobras (PETR4) recuava 3,86%, acompanhando o declínio dos preços do petróleo no mercado externo, onde o Brent perdia 4,6% com o aumento de tensões entre Estados Unidos e China e o avanço de dúvidas sobre o ritmo de recuperação da demanda devido à crise do coronavírus.

Vale (VALE3) mostrava declínio de 1,94%, em linha com suas pares na Europa, mesmo após os contratos futuros de minério de ferro da China subirem pela oitava sessão consecutiva nesta sexta-feira, marcando sua melhor semana em mais de oito meses, com a forte demanda doméstica e o aperto da oferta da commoditie siderúrgica do Brasil.

Prejuízo da Usiminas também derruba ações da empresa (Imagem: Facebook da Usiminas)

Itaú Unibanco (ITUB4) caía 2,58% e Bradesco (BBDC4) recuava 1,98%, após forte valorização na véspera, afetados pelo menor apetite a risco nos mercados.

B2W (BTOW3) subia 4,91%, com o setor de varejo com forte atuação no comércio eletrônico como um todo no campo positivo. Via Varejo (VVAR3) avançava 1,16%, tendo ainda de pano de fundo melhora na recomendação por analistas do BTG Pactual (BPAC11) para ‘compra’. Magazine Luiza (MGLU3) mostrava acréscimo de 0,69%.

JBS (JBSS3) mostrava elevação de 3,19%, com papéis de exportadoras na ponta positiva, conforme o dólar voltava a se valorizar ante o real. Marfrig Global Foods (MRFG3) subia 2,40% e Minerva Foods (BEEF3) tinha alta de 2,48%.