Mercados

Ibovespa firma-se em alta com Itaú e Petrobras, apesar de exterior volátil

18 jun 2020, 12:19 - atualizado em 18 jun 2020, 12:23
Ibovespa
Queda da atividade econômica alerta mercado financeiro (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

Após duas sessões de alta, a bolsa paulista começava a quinta-feira com viés negativo, em linha com mercados acionários no exterior, onde prevalecem preocupações sobre uma possível nova onda de casos do Covid-19.

No Brasil, o IBC-Br despencou quase 10% em abril na comparação com o mês anterior.

Às 12:19 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) sobe 1,31%, a 96.785,41 pontos. O contrato do Ibovespa com vencimento em 12 de agosto perdia 0,7%.

Em Wall Street, o S&P 500 cedia 0,12%, com um aumento nas infecções pelo novo coronavírus nos EUA minando as apostas em uma rápida recuperação econômica, embora o Nasdaq oscilasse em terreno positivo.

A Elite Investimentos não descarta uma sessão volátil para a bolsa paulista, em razão de fatores externos como a elevação de caos de Covid-19 em alguns Estados norte-americanos e China, além de números preocupantes de auxílio-desemprego nos EUA.

Da cena local, ressaltou que as atenções estão voltadas para os desdobramentos da prisão de Fabricio Queiroz, ex-assessor de um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, além de números sobre o desempenho da economia em abril e corte da Selic.

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Destaques

Itaú tem o melhor desempenho do setor (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

Itaú Unibanco (ITUB4) tinha elevação de 4,4%, melhor desempenho no setor de bancos do Ibovespa. Analistas do BTG Pactual chamaram a atenção para a forte valorização das ações da XP Inc. (XP) nas últimas semanas, lembrando da relevante fatia que o banco tem no grupo, além da opção de aumentar a mesma.

Eles acrescentaram que muito tem se questionado se o Itaú não poderia vender ou distribuir as ações da XP para os acionistas, embora tal movimento possa desencadear um pagamento de imposto sobre ganho de capital de até 45%.

Uma alternativa, na visão da equipe do BTG, seria fazer o spin-off do Itaú para seus acionistas, embora não seja certo que não haverá imposto sobre a transação. No setor, Bradesco (BBDC4) subia 0,5%.

Petrobras (PETR4) e Petrobras (PETR3) subiam 1,2% e 1,75%, respectivamente, apoiadas pela alta do petróleo no exterior após uma redução nos estoques de produtos de petróleo dos EUA que deu aos altistas munição antes de um encontro entre produtores da Opep e aliados para discutir a estratégia futura de produção.

Além disso, a companhia está retomando os planos de venda de sua participação remanescente na BR Distribuidora, afirmaram à Reuters na véspera duas pessoas com conhecimento do assunto. Em comunicado, a empresa disse que vem estudando venda adicional de sua participação da BR, mas ainda não há deliberação sobre detalhes da operação.

Cielo (CIEL3) valorizava-se 7,3%, ainda embalada pela decisão do WhatsApp, do Facebook, de lançar um sistema de pagamento digital no Brasil em parceria com a empresa de cartões e outras instituições financeiras. Desde então, os papéis já contabilizam uma alta ao redor de 30%.

Cielo continua subindo na rabeira de sua parceria com o WhatsApp (Imagem: Reprodução/YouTube/Cielo)

Cyrela (CYRE3) e MRV (MRVE3) avançavam 6% e 3,8%, respectivamente, tendo de pano de fundo novo corte na taxa Selic, para 2,25% ao ano na véspera.

Ações de incorporadoras tendem a se beneficiar de um cenário de juros menores, uma vez que tal movimento amplia a diferença entre a taxa de retorno e o custo da divida. No mesmo contexto, BR Malls (BRML3) subia 3,3%.

Vale (VALE3) tinha oscilação negativa de 0,1% com queda dos preços do minério de ferro na China, no contexto de suspensão da interdição do Complexo de Itabira.

Nesta quinta-feira, a Vale também disse que iniciou manutenção planejada em sua mina de Voisey´s Bay, no Canadá, como primeiro passo para a retomada das operações em julho.