Mercados

Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos: A Bolsa vai despencar?

17 jun 2022, 11:26 - atualizado em 17 jun 2022, 11:26
(Imagem: Shutterstock)

O principal índice de ações do Brasil, o Ibovespa, operou abaixo dos 100 mil pontos durante a manhã desta sexta-feira(17). Às 10h40, a Bolsa cedia a 99.718 pontos.

Segundo a Ágora Investimentos, o cenário que contribuiu para a queda do índice é bastante complicado.

A volta do feriado, como cita a corretora, tende a ser de forte ajuste nos mercados, com as perdas nas praças internacionais na quinta-feira (16) diante dos temores de recessão podendo se sobrepor à decisão do Copom, que elevou a Selic para 13,25% a.a., conforme o esperado, e sinalizou outra alta de igual ou menor magnitude em agosto.

O reajuste de combustíveis pela Petrobras (PETR3; PETR4) foi apontado como uma das principais causas de instabilidade nos negócios, com pressão de alta nos juros, devido à inflação. Mas, segundo a Ágora, o aumento dos preços da gasolina, do diesel e do etanol podem “ajudar nas ações da estatal em dia também de alta do petróleo”.

Na quarta-feira (15), o Fed e o Banco Central do Brasil (BC) aumentaram suas taxas de juros, enquanto, na quinta, foi a vez do  Banco da Inglaterra (BOE) anunciar sua 5ª alta de juros consecutiva e o BC da Suíça promover a primeira alta de juros desde 2007. O Banco Central Europeu (BCE) deve ser o próximo.

Na contramão, o BC do Japão (BOJ) manteve sua política monetária ultra acomodatícia, o que deve enfraquecer ainda mais o iene, como apontam os analistas na ágora. O que, a longo prazo, fez com que os índices futuros das bolsas de Nova York operassem em leve alta, sugerindo alguma recuperação, após o tombo de quinta.

A previsão da Ágora, no entanto, é de um recuo do Ibovespa em direção ao nível de suporte mais próximo indicado aos 100.779 pontos no fechamento.

Já para o Itaú BBA, dois cenários são possíveis.

Apesar de ter uma recuperação leve no último pregão, o índice “precisará de mais esforço para conseguir um
movimento altista mais consistente”, segundo a análise do banco.

Para isso, o índice precisará superar a região de 104.000 pontos para abrir caminho em busca das resistências em 105.700 e 108.500 pontos.

Do lado da baixa, o Ibovespa segue em tendência de queda, com forte região de suporte em 100 mil pontos, ainda de acordo com o Itaú BBA. Abaixo do patamar, o índice deve ganhar novo impulso em direção aos 93.000 pontos.

“O movimento que começou essa semana fez com que diversos ativos no Brasil e nos mercados internacionais marcassem mínimas de 2022, sinalizando maior aversão a risco por parte dos investidores. A esperança é a região de suporte em 100 mil pontos, que deve ser preservada. Depois das quedas recentes, não descarto um movimento de recuperação de parte das perdas, mas, ainda assim, dentro da tendência de baixa. Sugerimos prudência, preferência por ações que estão acima da média móvel 200 e posicionamento de stops para ativos que perderem suportes importantes”, opina o Itaú BBA.

Para a Genial Investimentos, os próximos suportes do Ibovespa devem ficar em 100.850 e 100.075 pontos. Se romper esses dois fundos, a Bolsa pode entrar forte pressão vendedora até 93.410 pontos, o que, segundo a corretora, é um “suporte muito forte deixado nos meses de setembro e outubro de 2020”.

A corretora ainda identifica que as tendências para o índice são de baixa a curto e médio prazo, mas, a longo prazo, a Bolsa deve subir.

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