Ibovespa à vista recua com agenda político-fiscal sob holofotes; IRB cai 5,6%
A bolsa paulista começava a segunda-feira com o Ibovespa em queda em meio a um viés misto nos mercados no exterior, em semana marcada por eventos político-fiscais relevantes no país, entre eles o envio ao Congresso do Orçamento de 2021 e uma esperada definição sobre a prorrogação do auxílio emergencial.
Da cena corporativa, IRB Brasil RE (IRBR3) era destaque negativo, em baixa de 5,6%, após balanço divulgado na madrugada de sábado que mostrou prejuízo líquido de 685,1 milhões de reais de abril a junho, além de aviso pela companhia de que os ajustes ainda não acabaram.
Às 10:11, o Ibovespa caía 0,74 %, a 101.387,51 pontos.
Esta segunda-feira é oficialmente o último dia para o governo entregar ao Congresso o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021 e fechar a previsão de receitas e despesas da União para o próximo ano.
“A incerteza sobre o conteúdo do PLOA 2021 é elevada em razão da dificuldade matemática de conciliar ex-ante todas as pressões por maiores investimentos públicos (Pró-Brasil), orçamento militar e expansão da rede de proteção social (Renda Brasil)”, afirmou o BTG Pactual em comentário a clientes.
Mais cedo, o Banco Central também divulgou que a dívida bruta brasileira, considerada a principal medida da saúde fiscal do país, subiu 10,7 pontos no ano até julho, ao patamar recorde de 86,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Quanto ao auxílio emergencial, o deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do bloco parlamentar conhecido como centrão, afirmou no sábado que o presidente Jair Bolsonaro anunciará terça-feira a prorrogação do benefício pago a vulneráveis e trabalhadores informais devido à pandemia de coronavírus.
No exterior, os futuros acionários dos Estados Unidos tinham pequenas variações, embora apostas em uma recuperação econômica apoiada pelo estímulo prolongado do Federal Reserve ainda deem suporte para que o S&P 500 registre seu melhor agosto em mais de três décadas.
Também no noticiário externo, a atividade industrial da China cresceu a um ritmo mais lento em agosto após enchentes no sudoeste do país afetarem a produção, mas o setor de serviços expandiu a uma taxa sólida em um impulso para a economia em meio à recuperação do choque pelo coronavírus.