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Ibovespa a 170 mil pontos, dólar a R$ 4,50 e mais: 8 previsões para 2024 e onde investir, segundo a Empiricus Gestão

08 jan 2024, 17:00 - atualizado em 10 jan 2024, 11:52
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CIO da Empiricus Gestão espera que Ibovespa superoe a S&P 500 e bata os 170 mil pontos em 2024 (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A Empiricus Gestão está animada com o cenário para 2024. Na análise do CIO da casa, João Piccioni, o ano que se inicia parece “bastante favorável para os ativos de risco globais”.

Em carta mensal, Piccioni diz que as ações devem gerar bons retornos para os portfólios, em especial nos primeiros meses do ano. Os papéis devem ser sustentados pelo pulso de liquidez, maior apetite ao risco e uma dinâmica ainda favorável nos balanços das companhias.

A renda fixa também deve entregar “um pouco mais da sua gordura e, com as quedas das taxas, gerar prêmio em relação aos benchmarks”, avalia.

“Diante desse cenário, os fundos da Empiricus Gestão iniciaram o ano sobre alocados em risco. Nos fundos de ações, aproveitaremos eventuais movimentos de queda dos mercados para realinhar as carteiras. Nos fundos de renda fixa, manteremos posições aplicadas nos juros mais curtos – com vencimento em 2 anos – e posicionados em títulos atrelados à variação da inflação na ponta mais longa”, diz.

Entre os ativos descorrelacionados, o ouro e as criptomoedas merecem destaque, ressalta o CIO da Empiricus.

Piccioni ainda fez oito previsões para o ano de 2024. Confira:

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8 previsões para 2024

1. Juros nos EUA

Na análise do CIO da Empiricus Gestão, as taxas de juros dos Estados Unidos de 10 anos devem fechar 2024 entre 3,5% e 4%, ao passo que o Federal Reserve (Fed) deve iniciar o afrouxamento monetário no primeiro semestre do ano.

Piccioni acredita que a curva de juros voltará a ficar positivamente inclinada, refletindo expectativas mais racionais sobre a economia — desaceleração econômica e desinflação. “Os juros de 10 anos pagarão mais do que os juros de 2 anos”, diz.

“Se este movimento se confirmar, os principais índices da Bolsa americana atingirão novas máximas. Suportados pela liquidez do sistema advinda dos programas do Federal Reserve e da menor necessidade de caixa por parte do governo americano, o reapreçamento das ações que ficaram para trás nestes últimos anos poderá acontecer”, estima.

2. Ações americanas

Na análise do CIO da casa, o ano de 2024 será positivo para as ações americanas. “O ciclo de liquidez positivo deve impulsionar os principais índices para as máximas históricas — as chances são grandes de o S&P 500 se aproximar dos 6.000 pontos no final do ano”, afirma.

Segundo ele, é provável que o segmento de small caps se destaque, reflexo das fortes quedas dos últimos anos. Já as commodities, devem apresentar sinais “dúbios”.

3. Petróleo entre US$ 70 e US$ 80

A projeção de Piccioni para o preço do petróleo é que o barril oscile ao redor dos US$ 80 ao longo de 2024 e termine o ano mais perto dos US$ 70. “Sob essa ótica, o investimento no setor continuará sendo direcionado para as ações das companhias ao invés da commodity”, avalia.

O CIO acredita que as companhias continuarão retornando fortes volumes de capital aos acionistas, por meio das recompras de ações e distribuição de proventos. “Dado o posicionamento dos Hedge Funds nos papéis do setor, as ações têm tudo para surpreender.”

4. Dólar deve perder espaço

O dólar deve perder força frente às demais moedas globais, se o bull steepening se confirmar. “O pulso de liquidez levará os recursos para outras regiões do globo e para outras reservas de valor. O DXY voltará a romper a marca dos 100 pontos e caminhará para os níveis pré-pandemia”, projeta.

Nesse sentido, os ativos de reserva de valor também devem voltar a ganhar espaço. Tanto o ouro quanto o Bitcoin podem fazer novas máximas ao longo do ano —  o primeiro deve superar os US$ 2.500 a onça-libra, enquanto a criptomoeda pode bater os US$ 70 mil.

5. Bolsas emergentes devem bater o S&P 500

Piccioni está otimista quanto ao desempenho agregado das bolsas dos mercados emergentes, que “devem superar o retorno a ser obtido pelo S&P 500”.

Ele acredita que o Brasil, em especial, está em um “sweet spot” para receber recursos estrangeiros e o Ibovespa (IBOV) deve superar os 170 mil pontos até o final do ano.

6. Taxas de juros no Brasil

O CIO da Empiricus projeta que as taxas de juros brasileiras que vencem daqui a dois anos — em janeiro de 2026 — terminarão o ano abaixo do nível da Selic terminal projetada pelo Focus.

“O processo desinflacionário em curso, gerado pelo fraco desempenho da economia brasileira, deixará o caminho livre para Roberto Campos Neto e seus diretores acelerarem o passo de queda da Selic ao longo do ano”, diz.

7. Petrobras não vai repetir desempenho de 2023

As ações da Petrobras (PETR3PETR4) não devem repetir a dose de 2023, quando valorizaram 95%, mas podem entregar um retorno superior ao Ibovespa em 2024.

8. Real mais forte que o dólar

Por fim, Piccioni diz que os primeiros meses de 2024 serão “extremamente desfavoráveis para o dólar frente ao real”. “Rapidamente ele deve atingir a marca dos R$ 4,50”, avalia.

Entretanto, para que a moeda norte-americana não se fortaleça na reta final do ano, a economia brasileira precisará dar sinais mais contundentes de recuperação e ir além do agronegócio.

“Caso essa recuperação não apareça, a moeda americana terminará o ano como começou, na casa dos R$ 4,80”, diz.