Mercados

Ibovespa perde mais 1% e volta aos 123 mil pontos com Vale (VALE3) e NY; dólar sobe a R$ 5,99

08 abr 2025, 17:26 - atualizado em 08 abr 2025, 17:38
ibovespa
Ibovespa teve nova queda de 1% com Petrobras e escalada da aversão a risco com guerra tarifária entre EUA e China (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) até flertou com o tom positivo nas primeiras horas do pregão, mas foi pressionado pela elevação da aversão a risco do exterior com a escalada da guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos.

Nesta terça-feira (8), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 123.931,89 pontos, com queda de 1,32%.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,9979, com avanço de 1,48% sobre o real. 

No cenário doméstico, os agentes financeiros repercutiram dados macroeconômicos. De acordo com dados do Banco Central, a dívida bruta brasileira em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 75,7% em janeiro para 76,2% em fevereiro, em linha com as expectativas dos analistas consultados pela Reuters. Já a dívida líquida do setor público foi a 61,4%, brevemente menor que as estimativas.

Já o déficit primário do setor público consolidado foi de R$ 18,973 bilhões em fevereiro, menor do que o esperado pelo mercado. Os economistas consultados pela Reuters projetavam um saldo negativo de R$ 31,5 bilhões.

“Não esperamos o cumprimento da meta de resultado primário de -0,6% do PIB neste ano (considerando abatimentos e o limite inferior da meta oficial de 0%), embora reconheçamos que os riscos são de um resultado melhor do que o que estimamos atualmente, diante do esforço contínuo do governo na agenda de receitas”, afirmou o economista Thales Guimarães, do Itaú BBA, em nota.

Altas e quedas no Ibovespa 

Petrobras (PETR3;PETR4), que é uma das ações com maior peso na carteira do principal índice da bolsa brasileira, seguiu pressionando o Ibovespa nesta terça-feira (8).

Os papéis da estatal registraram queda de mais de 3% na esteira do petróleo, em meio à escalada de uma guerra comercial. Os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para junho, encerraram com baixa de 2,16%, a US$ 62,82 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.

A notícia sobre possível intervenção nos preços também seguiu repercutindo sobre as ações da petroleira. Ontem (7), agência de notícias divulgara que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, procurou a direção da Petrobras para levar cálculos que mostram a viabilidade de uma redução no preço dos combustíveis, tendo como argumentos o aumento da oferta mundial de petróleo e o recuo nas cotações internacionais.

Mas a presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou que não haverá mudanças nos preços dos combustível no cenário atual.

“O fato é que, aos preços atuais do petróleo, outro corte de 5% nos preços da gasolina e do diesel poderia ser justificado; no entanto, a Petrobras tem seu próprio cronograma em sua política de preços. Se os cortes de preços ocorrerem muito cedo, o mercado pode ficar com a impressão de que outros fatores influenciaram a decisão”, afirmaram os analistas do Bradesco BBI, em relatório.

Ainda entre os pesos-pesados, Vale (VALE3) também fechou, novamente, em forte queda na esteira do minério de ferro e escalada da guerra tarifária entre os EUA e a China. Os papéis cederam mais de 5%.

A ponta negativa, porém, foi liderada pelo segundo dia consecutivo por Magazine Luiza (MGLU3). O Citi rebaixou a recomendação das ações da varejista para venda. O banco ainda prevê uma desvalorização de 20% nos papéis até o final do ano. 

Já a ponta positiva foi liderada por CPFL Energia (CPFE3)após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiar a decisão sobre o reajuste anual das tarifas da distribuidora CPFL Paulista, em meio à discussão sobre incorporação de R$ 4,67 bilhões no processo tarifário.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street estenderam as perdas pelo quarto pregão consecutivo após a Casa Branca confirmar a tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses. A taxa entra em vigor nesta quarta-feira (9).

S&P 500 encerrou a sessão abaixo dos 5 mil pontos pela primeira vez no ano e voltou a encostar no ‘bear market‘, operando 19% abaixo da máxima histórica. Desde a última quinta-feira (3), cerca de cinco mil pontos já foram liquidados do índice Dow Jones.

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar