Ibovespa perde mais 1% e volta aos 123 mil pontos com Vale (VALE3) e NY; dólar sobe a R$ 5,99

O Ibovespa (IBOV) até flertou com o tom positivo nas primeiras horas do pregão, mas foi pressionado pela elevação da aversão a risco do exterior com a escalada da guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos.
Nesta terça-feira (8), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 123.931,89 pontos, com queda de 1,32%.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,9979, com avanço de 1,48% sobre o real.
Petrobras (PETR3;PETR4), que é uma das ações com maior peso na carteira do principal índice da bolsa brasileira, seguiu pressionando o Ibovespa nesta terça-feira (8).
Os papéis da estatal registraram queda de mais de 3% na esteira do petróleo, em meio à escalada de uma guerra comercial. Os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para junho, encerraram com baixa de 2,16%, a US$ 62,82 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
A notícia sobre possível intervenção nos preços também seguiu repercutindo sobre as ações da petroleira. Ontem (7), agência de notícias divulgara que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, procurou a direção da Petrobras para levar cálculos que mostram a viabilidade de uma redução no preço dos combustíveis, tendo como argumentos o aumento da oferta mundial de petróleo e o recuo nas cotações internacionais.
Mas a presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou que não haverá mudanças nos preços dos combustível no cenário atual.
“O fato é que, aos preços atuais do petróleo, outro corte de 5% nos preços da gasolina e do diesel poderia ser justificado; no entanto, a Petrobras tem seu próprio cronograma em sua política de preços. Se os cortes de preços ocorrerem muito cedo, o mercado pode ficar com a impressão de que outros fatores influenciaram a decisão”, afirmaram os analistas do Bradesco BBI, em relatório.
Ainda entre os pesos-pesados, Vale (VALE3) também fechou, novamente, em forte queda na esteira do minério de ferro e escalada da guerra tarifária entre os EUA e a China. Os papéis cederam mais de 5%.
A ponta negativa, porém, foi liderada pelo segundo dia consecutivo por Magazine Luiza (MGLU3). O Citi rebaixou a recomendação das ações da varejista para venda. O banco ainda prevê uma desvalorização de 20% nos papéis até o final do ano.
Já a ponta positiva foi liderada por CPFL Energia (CPFE3), após a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiar a decisão sobre o reajuste anual das tarifas da distribuidora CPFL Paulista, em meio à discussão sobre incorporação de R$ 4,67 bilhões no processo tarifário.
Exterior
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street estenderam as perdas pelo quarto pregão consecutivo após a Casa Branca confirmar a tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses. A taxa entra em vigor nesta quarta-feira (9).
O S&P 500 encerrou a sessão abaixo dos 5 mil pontos pela primeira vez no ano e voltou a encostar no ‘bear market‘, operando 19% abaixo da máxima histórica. Desde a última quinta-feira (3), cerca de cinco mil pontos já foram liquidados do índice Dow Jones.
- Confira o que movimentou o pregão em: Wall Street estende perdas pela 4ª sessão consecutiva com guerra tarifária