Ibovespa tem forte queda com pressão das tarifas de Trump; dólar sobe a R$ 5,47

O Ibovespa (IBOV) acompanhou a aversão a risco do exterior com pressão das políticas tarifárias dos Estados Unidos e ameaças do presidente Donald Trump ao Brics.
Nesta segunda-feira (7), o principal índice da bolsa brasileira terminou o pregão com queda de 1,26%, aos 139.489,70 pontos,
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4778, com alta de 0,98%.
No cenário doméstico, os investidores acompanharam as novas estimativas para a economia brasileira, enquanto a judicialização do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) seguiu no radar.
Os economistas ouvidos pelo Banco Central mantiveram a projeção para a Selic em 15%, reduziram a previsão de inflação (IPCA) de 5,20% para 5,18% e aumentaram a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2,23% para este ano, segundo o Boletim Focus divulgado hoje (7) pela manhã.
Contudo, as atenções ficaram concentradas nas políticas comerciais. No fim de semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que adicionará uma tarifa de 10% sobre os produtos dos países que se alinharem ao bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o BRICS.
Egito, Etiópia, Indonésia, Irã e Emirados Árabes Unidos fazem parte do bloco como membros desde o ano passado. A cúpula está reunida no Rio de Janeiro.
Em resposta, o governo brasileiro afirmou que a ameaça de Trump confirma a importância do bloco e de sua defesa do multilateralismo e das regras internacionais de comércio, de acordo com fontes à Reuters.
Também segundo a Reuters, o governo Trump não pretende impor imediatamente uma nova tarifa de 10% contra os membros do Brics, mas fará isso se os países individualmente adotarem as chamadas ações políticas “antiamericanas”.
Altas e quedas no Ibovespa
A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por BRF (BRFS3) e acompanhada por Marfrig (MRFG3), em meio ao processo de fusão das companhias.
Hoje (7), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pediu dez dias para uma defesa formal das empresas sobre o recurso da Minerva Foods (BEEF3) contra o negócio, de acordo com informações da agência Broadcast.
O início da contagem de dias ainda depende de publicação da decisão no Diário Oficial e pode coincidir com as assembleias (AGEs) da BRF e da Marfrig para votar sobre a fusão, prevista para o dia 14.
A ponta negativa foi liderada por Engie (EGIE3), com pressão vendedora após alta nos últimos pregões, motivadas por operações de short squeeze.
Os pesos-pesados do índice também caíram com aversão a risco. Entre eles, Vale (VALE3) caiu mais de 1% na esteira do desempenho do minério de ferro na China. Já a Petrobras (PETR3;PETR4) destoou do avanço de quase 2% do petróleo Brent e fechou em baixa.
- VEJA TAMBÉM: Money Picks traz as principais recomendações do mercado para o mês; acesse gratuitamente
Os índices de Wall Street encerraram a sessão com queda de 1% com tarifas de Trump no radar. O fim da ‘trégua’ da política tarifária e das negociações com países que são parceiros comerciais está prevista para a próxima quarta-feira (9).
Ontem (6), o presidente Donald Trump afirmou que o país está perto de perto de finalizar vários acordos comerciais e notificarão outros países sobre as tarifas mais altas até a quarta-feira (9). Segundo ele, as “novas” taxas para importação entrarão em vigor em 1º de agosto.
Já durante a tarde desta segunda-feira (7), a Casa Branca confirmou a taxação de 25% sobre os produtos japoneses e sul-coreanos e que outros 12 países receberão cartas sobre comércio que serão publicadas na plataforma Truth Social.
- LEIA MAIS EM: Wall Street recua 1% com novas ameaças tarifárias de Trump e fim das negociações comerciais
Na Ásia, os índices fecharam em queda com a retomada das tarifas recíprocas a partir de agosto e a tarifa adicional de 10% para os BRICS — bloco do qual a China faz parte. O índice Nikkei, do Japão, caiu 0,56%. Já o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,12%.
Na Europa, os mercados terminaram o pregão em alta. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou esta segunda-feira com alta de 0,41%, aos 543,36 pontos.