Ibovespa acompanha ‘mau humor’ de NY e fecha em queda aos 131 mil pontos; dólar sobe a R$ 5,76

O Ibovespa (IBOV) foi pressionado pela forte queda dos índices de Wall Street e zerou os ganhos da semana, virando o desempenho para o tom negativo. Os dados do mercado de trabalho mais fortes que o esperado também refletiram na abertura da curva de juros.
Nesta sexta-feira (28), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 131.90218 pontos, com queda de 0,94%. No acumulado dos cinco pregões, o Ibovespa recuou 0,34%.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,7618, com alta de 0,15%. Na semana, o divisa avançou 0,77%.
Altas e quedas no Ibovespa
Na ponta positiva do Ibovespa, Cogna (COGN3) estendeu os ganhos pela quarta sessão consecutiva, ainda apoiado pela visão positiva do Bradesco BBI sobre a companhia. O banco espera um crescimento da receita e do Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) em até dois dígitos neste ano.
Eneva (ENEV3) também operou entre as maiores altas da sessão com a notícia de que o chairman do BTG Pactual, André Esteves, vai assumir uma cadeira no conselho de administração da empresa.
Já a ponta negativa foi dominada pelos ativos cíclicos, pressionados pela abertura da curva dos juros. Vamos (VAMO3), GPA (PCAR3) e Usiminas (USIM5) ficaram entre as maiores baixas do índice nesta sexta-feira (28).
Entre os pesos-pesados do Ibovespa, Petrobras (PETR4;PETR3) e Vale (VALE3) terminaram em baixa na esteira das commodities.
O petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para junho teve leve ganho de 0,38%, a US$ 73,34 o barril na Intercontinental Exchange (ICE). Já o contrato mais negociado do minério de ferro, para maio, fechou com avanço de 1,28%, a 789 yuans (US$ 108,55) a tonelada na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China.
Exterior
Nos Estados Unidos, os investidores reagiram a novos dados econômicos, na expectativa pelas tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente Donald Trump e que entram em vigor na próxima semana.
O índice de confiança do consumidor medido pela Universidade de Michigan caiu de 64,7 em fevereiro para 57,0 em março, abaixo da leitura preliminar de 57,9 e das projeções da FacSet dos mesmos 57,9. Esse foi o terceiro mês consecutivo de queda do índice.
O Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE), dado preferido do Federal Reserve para inflação, veio com números mistos. O índice cheio subiu 0,3% em fevereiro e a 2,5% em 12 meses, em linha com as expectativas.
Já excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o núcleo da inflação subiu 0,4% no segundo mês de 2025 e foi a 2,8% na base anual — acima do esperado e elevou as preocupações do mercado.
Hoje, Trump conversou com primeiro-ministro canadense Mark Carney — que conquistou a liderança dos liberais canadenses em 9 de março.
“Foi uma ligação extremamente produtiva, concordamos em muitas coisas e nos reuniremos imediatamente após a próxima eleição do Canadá para trabalhar em elementos de política, negócios e todos os outros fatores”, escreveu Trump no Truth Social. Esse trabalho “acabará sendo ótimo tanto para os Estados Unidos quanto para o Canadá”, acrescentou.
O presidente norte-americano confirmou que as tarifas sobre o Canadá serão mantidas.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- Dow Jones: -1,69%, aos 41.583,90 pontos;
- S&P 500: -1,97%, aos 5.580,94 pontos;
- Nasdaq: -2,70%, aos 17.322,99 pontos.
Na semana, Dow Jones e S&P 500 caíram cerca de 1% e o Nasdaq recuou mais de 2%.