Mercados

Ibovespa recua mais de 1% puxado por Bradesco (BBDC4) e Wall Street; dólar cai a R$ 5,76

12 fev 2025, 17:54 - atualizado em 12 fev 2025, 18:30
Queda Ibovespa
O Ibovespa devolveu os ganhos do início da semana e do mês com tombo do petróleo, bancos e NY após inflação mais forte nos EUA (Imagem: iStock/Lemon_tm)

O Ibovespa (IBOV) devolveu os ganhos das sessões anterior e envergou para o tom negativo em fevereiro. Os dados mais fortes de inflação nos Estados Unidos, o tombo do petróleo com um possível cessar-fogo na guerra da Ucrânia e a queda das ações dos bancos garantiram o recuo do índice.

Nesta terça-feira (11), o principal índice da bolsa brasileira fechou com queda de 1,69%, aos 124,380,21 pontos

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,7631 (-0,08%). 

No cenário doméstico, os investidores repercutiram falas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Lula disse que Galípolo “consertará” a taxa de juros do Brasil e que é preciso dar o tempo necessário para isso. Já o chefe do BC afirmou que vai tomar o tempo necessário para ter a certeza de que os dados que estão chegando confirmam uma tendência, ao dizer que o nível de juros caminha para patamar bastante elevado.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC elevou os juros para 13,25%, mantendo o guidance de uma nova alta de 1 ponto percentual em março.

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Altas e quedas no Ibovespa

Entre os destaques do Ibovespa, os papéis do Carrefour Brasil (CRFB3), também conhecido como Atacadão, seguiram na liderança dos ganhos do principal índice da bolsa brasileira, ainda em reação à notícia de que o controlador — a rede francesa Carrefour S.A —  do Carrefour Brasil — propôs converter a empresa brasileira em subsidiária integral, com a saída da varejista brasileira da B3.

As ações da TIM (TIMS3) também engataram uma nova alta, pelo segundo dia consecutivo. Hoje, a companhia anunciou a recompra de até ações ordinárias — um dia após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024.

Entre os pesos-pesados do Ibovespa, Petrobras (PETR4;PETR3) acompanhou mais uma vez o desempenho do petróleo e fechou em queda. Vale (VALE3) também manteve o tom negativo.

Na ponta negativa do Ibovespa, Automob (AMOB3) e Hapvida (HAPV3) figuraram entre as maiores perdas da sessão.

Os bancos, que formam o segundo setor com maior peso no Ibovespa, operam com queda expressiva, puxada pelo desempenho das ações do Bradesco (BBDC4) .

Os papéis BBDC4 fecharam em queda de 4,56% e figuram como os mais negociados na B3, em reação ao duplo rebaixamento de recomendação de compra para venda pelo Goldman Sachs.

Exterior 

Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York repercutiram novos dados econômicos e declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. As tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump, ficaram no radar. O chefe da Casa Branca também deu o primeiro passo nas negociações de cessar-fogo na guerra da Ucrânia.

O índice de preços ao consumidor do país (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,5% em janeiro na comparação anual e acumula alta de 3% em 12 meses — acima das expectativas do mercado. 

Embora o CPI não seja a referência para inflação preferida do Federal Reserve (Fed), o indicador é relevante para o mercado calibrar as apostas sobre a trajetória dos juros. Hoje, o Fed Funds está na faixa de 4,25% e 4,50% ao ano.

Após o dado, os agentes financeiros consolidaram as apostas de apenas um corte, de 0,25 ponto percentual, nos juros norte-americanos pelo Fed em 2025. Além disso, a probabilidade de corte foi adiada do mês de junho para setembro.

Em audiência na Câmara dos Representantes, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os últimos dados do CPI são um “lembrete” de que o Banco Central fez um “grande progresso” para aproximar a inflação à meta de 2%, mas que “ainda não chegou lá”.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • Dow Jones: -0,50%, aos 44.368,56 pontos;
  • S&P 500: -0,27%, aos 6.051,97 pontos;
  • Nasdaq: +0,03%, aos 19.649,95 pontos.
Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.