Ibovespa cai mais de 1% de olho na escalada da guerra comercial; dólar sobe a R$ 5,89

O Ibovespa (IBOV) foi pressionado pela elevação da aversão a risco do exterior com a escalada da guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos.
Nesta quinta-feira (10), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 126.354,75 pontos, com queda de 1,31%.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,8988, com avanço de 0,88% sobre o real.
As petroleiras voltaram a liderar a ponta negativa do Ibovespa. Prio (PRIO3) figurou como a maior queda do índice e do setor de petroleiras com baixa de mais de 8%. Brava Energia (BRAV3), PetroReconcavo (RECV3) e Petrobras (PETR3;PETR4) — sendo a ação mais negociada no mercado acionário doméstico — também figuraram entre as maiores quedas.
A derrocada dos papéis das petroleiras acompanha o desempenho do petróleo no mercado internacional, com a escalada da guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China. Os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para junho, encerraram a sessão com queda de 3,28%, a US$ 63,33 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Ainda entre os pesos-pesados, Vale (VALE3) ‘segurou as pontas do Ibovespa’, com alta de quase 2%. A mineradora subiu na esteira do minério de ferro, que encerrou as negociações com avanço de 3% na Bolsa da Dalian, na China.
Segundo agências de notícias, os papéis da Vale também foram beneficiados pela revisão positiva do Bank of America. O banco elevou a recomendação para Vale de neutro para compra e aumentou o preço-alvo das ADRs de US$ 11 para US$ 11,50 — o que representa um potencial de valorização de 29,8% sobre o preço de fechamento da véspera (9).
A ponta positiva foi liderada por LWSA (LWSA3) e Magazine Luiza (MGLU3).
Exterior
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street voltaram ao tom negativo após a Casa Branca anunciar que as tarifas contra a China somam 145%, após o governo chinês restringir a entrada de filmes produzidos em Hollywood no país. Os dados de inflação ficaram em segundo plano.
No início da tarde, o presidente norte-americano Donald Trump voltou a afirmar que quer fazer um acordo com a China, em uma reunião do gabinete aberta à imprensa. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que, ao fechar acordos com os países, haverá mais certeza sobre a política comercial.
O S&P 500 caiu mais de 3% e o Dow Jones perdeu 1 mil pontos, devolvendo parte dos ganhos da véspera. O Nasdaq foi pressionado pela queda generalizada das ‘Sete Magníficas’.
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