Ibovespa ignora Trump, retoma os 125 mil pontos e fecha em alta com Vale (VALE3); dólar cai a R$ 5,78

O Ibovespa (IBOV) recuperou parte da queda da última sexta-feira (7) e iniciou a semana em tom positivo, com apoio das commodities e das ações cíclicas. As ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar aço e alumínio ficaram em segundo plano.
Nesta segunda-feira (10), o principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 0,76%, aos 125.571,81 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,7860 (-0,13%).
No cenário doméstico, os investidores reduziram a cautela após a Casa Civil negar que o governo estuda um reajuste no valor do Bolsa Família.
Na véspera do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, o mercado repercutiu a piora das expectativas pela inflação pela 17ª vez consecutiva. Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) elevaram as projeções para inflação de 5,51% para 5,58% no Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (10).
Além disso, integrantes do governo brasileiro disseram que o Executivo vai aguardar a oficialização das medidas. “O governo tomou a decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados, revistos”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista a jornalistas.
Altas e quedas no Ibovespa
Com a temporada de balanços do setor bancário na reta final, hoje foi a vez do BTG Pactual (BPAC11) divulgar os números do quarto trimestre de 2024 (4T24). O banco reportou um lucro líquido ajustado de R$ 3,3 bilhões, alta de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. No ano, o banco lucrou R$ 12,3 bilhões, elevação de 18% em relação a 2023.
Na avaliação da XP, os números do banco trouxeram uma dinâmica positiva em praticamente todas as linhas de negócios. Ações BPAC11, no entanto, encerram o dia com queda de cerca de 2%.
A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Automob (AMOB3). Mas as atenções foram disputadas com Cogna (COGN3) e Gerdau (GGBR4), que também figuraram entre as maiores altas.
No caso da educacional, os ganhos foram impulsionados pela elevação de recomendação de neutro para compra pelo Santander. Já Gerdau (GGBR4) subiu por conta da percepção de que a empresa pode se beneficiar da taxação de 25% anunciadas sobre o aço e alumínio – já que a companhia ter operações nos EUA.
“Se realmente houver um aumento das tarifas nesses valores, isso é uma notícia positiva para os produtores locais — incluindo a Gerdau U.S.”, afirmou o Itaú BBA em relatório.
Entre os pesos-pesados do Ibovespa, Petrobras (PETR4;PETR3) e Vale (VALE3) fecharam em alta na esteira do desempenho das commodities.
Na ponta negativa, Azul (AZUL4) figurou como a maior queda com o avanço do petróleo e do dólar no exterior.
Exterior
Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York ganharam força, com os investidores ignorando as novas ameaças tarifárias do presidente Donald Trump.
Ontem (9), Trump anunciou uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio no território norte-americano. A medida tem potencial de afetar as exportações de uma série de parceiros comerciais dos EUA, incluindo Brasil, México, Canadá, Japão e União Europeia.
A ameaça de mais tarifas vem antes de uma série de dados econômicos e declarações de autoridades. Amanhã (11), o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, participará de uma audiência no Congresso pela manhã.
O relatório do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de janeiro, os pedidos semanais iniciais de auxílio-desemprego e o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) estão entre os destaques da semana.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- Dow Jones: +0,38%, aos 44.470,41 pontos;
- S&P 500: +0,67%, aos 6.066,44 pontos;
- Nasdaq: +0,98%, aos 19.714,27 pontos.