Mercados

Ibovespa sobe com Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) na véspera do ‘tarifaço’ de Trump; dólar cai a R$ 5,68

01 abr 2025, 17:16 - atualizado em 01 abr 2025, 17:39
ibovespa
Ibovespa ganhou força com os 'pesos-pesados' Vale e Petrobras e destoou da fraqueza de NY na véspera das tarifas de Trump (Imagem: Pixabay)

Na expectativa — e na véspera — do anúncio do ‘tarifaço’ dos Estados Unidos sobre os produtos de vários países, o Ibovespa (IBOV) respirou e fechou em alta apoiado pelos ‘pesos-pesados’.

Nesta terça-feira (1º), o principal índice da bolsa brasileira fechou aos 131.147,29 pontos, com avanço de 0,68%.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,6824, com recuo de 0,40%

No cenário doméstico, os investidores acompanharam novas declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele disse que o anúncio de ampliação de tarifas de importação pelos Estados Unidos causaria estranheza se envolvesse algum tipo de “retaliação injustificável” ao Brasil.

Em entrevista à imprensa em Paris, Haddad afirmou que os EUA têm posição “muito confortável” em relação ao Brasil já que as trocas comerciais entre os dois países são superavitárias para os norte-americanos.

Na mesma linha, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo aguardará o anúncio das tarifas recíprocas para definir quais medidas o país adotará.

Já no início da tarde, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou um projeto de lei (PL) que estabelece critérios para a reação do Brasil a barreiras e imposições comerciais de nações ou blocos econômicos contra o país, como o tarifaço de Trump. O texto foi encaminhado ao plenário da Casa. Se aprovado, o PL da Reciprocidade segue para análise da Câmara dos Deputados.

Altas e quedas no Ibovespa 

O Ibovespa ganhou força com os pesos-pesados, em especial, as empresas de commodities. Petrobras (PETR4) foi a ação mais negociada do mercado brasileiro e chegou a subir mais de 1%, na contramão do petróleo.

Os papéis também reagiram à redução de 4,6% no preço do diesel nas refinarias, que entrou em vigor hoje (1º). Nas contas do Itaú BBA, o preço menor ainda está 1% acima do  Preço de Paridade Internacional (PPI). Já o Bank of America (BofA) calcula que a medida resulta em um desconto de 1,4% no PPI ante um prêmio de +3,3% antes do anúncio.

Para o analista Rafael Passos, da Ajax Asset, “a decisão de redução de preços não deve trazer impactos negativos à Petrobras, considerando que seus preços estavam sendo negociados com prêmios ante preços internacionais, evitando perda de participação de mercado para players nacionais ou mercado de importação”.

Vale (VALE3) também subiu mais de 1% na esteira do minério de ferro. O contrato mais líquido da commodity, para maio, fechou em alta de 1,86%, a 792 yuans (US$ 109,13) a tonelada na Bolsa de Dalian, na China.

O tom positivo ainda foi impulsionado pelo acordo com a Global Infrastructure Partners (GIP) para criar uma joint venture na Aliança Energia, empresa que atua no setor de energia no Brasil. Para o Bradesco BBI, os recursos da transação provavelmente serão distribuídos por meio de dividendos e recompras de ações extraordinárias.

Na ponta positiva do Ibovespa,  Assaí (ASAI3) liderou os ganhos. Já a ponta negativa foi dominada por Natura (NTCO3); GPA (PCAR3) também figurou entre as maiores perdas após disparar mais de 13% na véspera, em reação à possível a destituição do conselho da companhia, motivada pelo empresário Nelson Tanure.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os investidores operaram em compasso de espera pelas tarifas recíprocas, que devem ser anunciadas amanhã (2). Os assessores da Casa Branca estão propondo tarifas de cerca de 20% sobre a maioria das importações no país norte-americano, de acordo com o jornal Washington Post.

As taxas recíprocas devem entrar em vigor imediatamente após o anúncio.

Os dados do mercado de trabalho também movimentaram o pregão.  As vagas de emprego em aberto no país caíram em fevereiro, uma vez que a crescente incerteza sobre a economia devido às tarifas sobre as importações reduziu a demanda por mão de obra.

Segundo o relatório Jolts, os postos de trabalho em aberto caíram em 194.000, para 7,568 milhões. Os economistas consultados pela Reuters previam 7,610 milhões de vagas não preenchidas em fevereiro.

Os dados de janeiro foram revisados ligeiramente para cima, para 7,762 milhões de vagas, em vez das 7,74 milhões informadas anteriormente.

Confira o fechamento dos índices de Nova York: 

  • Dow Jones: -0,03%, aos 41.989,96 pontos;
  • S&P 500: +0,38%, aos 5.633,07 pontos;
  • Nasdaq: +0,87%, aos 17.449,89 pontos.

*Com informações de Reuters

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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