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Revisão da reforma da Previdência? O que levou o Ibovespa a derreter 2%

03 jan 2023, 18:01 - atualizado em 03 jan 2023, 18:55
Carlos Lupi
“A Previdência não é deficitária, vou provar a cada dia que eu estiver à frente deste ministério”, ressaltou (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O Ibovespa, que abriu o dia em queda moderada, aprofundou as perdas durante a tarde após falas do novo ministro da Previdência, Carlos Lupi (PTB).

Além disso, os mercados continuam repercutindo as incertezas fiscais do novo governo. Com isso, índice fechou com o tombo de 2,08%, a 104.165,74 pontos.

Durante a sua posse, Lupi presidente do PDT e que foi ministro do Trabalho no governo passado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu uma discussão “com profundidade” da reforma da Previdência.

“Quero formar uma comissão quadripartite –com a representação dos sindicatos patronais, sindicatos dos empregados, sindicatos dos aposentados e o governo–, nós precisamos discutir com profundidade o que foi essa antirreforma da Previdência, discutir com números e com profundidade”, disse.

“A Previdência não é deficitária, vou provar a cada dia que eu estiver à frente deste ministério”, ressaltou.

Sem dar detalhes sobre o que poderá ser alvo de debates, o ministro destacou ser preciso que toda a arrecadação previdenciária “esteja na Previdência”.

A reforma da Previdência foi a principal proposta fiscal aprovada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e, de maneira geral, aumentou a idade mínima para a aposentadoria, elevou a alíquota de contribuição para os que ganham acima do teto do INSS e apertou as regras para as concessões de pensões.

Além disso, Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, diz que os investidores ainda continuam repercutindo as primeiras medidas do governo Lula, que pretende “cancelar” privatizações, aumentar o número de ministérios e fazer a revogação do Teto dos Gastos.

Do lado das empresas, destaque negativo para as estatais como Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3).

“Agora, o mercado teme que elas sejam usadas como instrumento de manobra política nos próximos meses, o que reflete em queda até aqui”, acrescenta.

Na ponta positiva, Qualicorp (QUAL3), que teve uma mudança na administração e no controle, com foco em uma gestão profissional e discricionária para gerar mais valor aos acionistas.

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Para Alves, alguns acreditam que possa ser em 100 mil pontos. O índice inicia o ano com um tombo de quase 5%.

“Mas até agora ainda não há sinalização de que a queda vai parar e o mercado vai reverter para alta, pois o apetite do investidor estrangeiro e institucional por Brasil está diminuindo a cada nova comunicação do governo eleito”, completa.

Com Reuters

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