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Ibovespa salta com ensaio de otimismo na Reforma, destoando do exterior

25 abr 2019, 18:18 - atualizado em 25 abr 2019, 18:41
Cautela ainda é premissa na composição do portfólio até a aprovação da Previdência (Imagem: Divulgação/Bovespa)

Por Investing.com

O mundo político correspondeu à expectativa do mercado e, desta vez, impulsionou o Ibovespa a fechar no azul na sessão desta quinta-feira. Isso não significa, necessariamente, que o cenário de turbulência previsto no decorrer dos debates da Comissão Especial da Reforma da Previdência foi dissipado. Cautela ainda é premissa na composição do portfólio até a aprovação da Previdência.

O Ibovespa saltou 1,35% a 96.326 pontos, a maior alta entre as principais bolsas de valores do mundo, o qual pouco contribuiu com o resultado. Na cena externa voltou a ganhar força a percepção de desaceleração econômica global – especialmente na Europa – e houve decepção com resultados corporativos divulgados hoje nos EUA e na Europa.

Este cenário no exterior contribuiu para o dólar romper o patamar psicológico dos R$ 4,00 no início do pregão, revertido ainda pela manhã. A moeda americana fechou em baixa de 0,95% a R$ 3,95, fortalecido pelo ensaio de otimismo interno.

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Reforma da Previdência

A Comissão Especial da Reforma da Previdência foi instalada hoje na Câmara, contrariando prognósticos anteriores de sua constituição apenas no início de maio. A previsão para o início dos trabalhos é 6 de maio. O tempo de trabalho e debates na Comissão será de 2 meses, quando ocorrerá 40 sessões.

A presidência e a relatoria não ficaram com PSL, que sofreu rejeição pelos partidos do chamado Centrão. A Comissão terá o deputado Marcelo Ramos (PR-AM) como presidente e o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) como relator. Por serem de partidos tradicionais, a expectativa é que a tramitação seja menos tumultuada que na CCJ, sem eliminar os obstáculos da oposição. Após o fechamento do mercado, fontes consultadas pela Agência Estado disseram que escolha do relator do PSDB desagradou partidos do Centrão.

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Durante a sessão, a configuração inicial da Comissão Especial contribuiu para o ensaio de otimismo com a tramitação da Previdência. Como também a informação de que o governo liberou recursos do Orçamento dos ministérios para emendas parlamentares, visando a conquista de apoio à reforma. Mesmo assim, o mercado trabalha com cenário de desidratação da proposta original e menor economia prevista pelo governo.

A equipe econômica também participou do início de uma percepção positiva. Ao detalhar os números da reforma, a projeção da economia em 10 anos aumentou em 15%, de R$ 1,072 trilhão da proposta encaminhada ao Congresso em fevereiro para R$ 1,237 trilhão, desconsiderando a parte dos militares. O Ministério da Economia acredita que a reforma vai ser aprovada na íntegra no Congresso, mas faltou combinar com o presidente.

Em entrevista à imprensa, Bolsonaro disse que se não houver reforma haverá caos no país, e é responsabilidade do Congresso aprovar a reforma com uma economia de no mínimo de R$ 800 bilhões. Durante a tarde, o presidente desconversou que houvesse um valor mínimo para a previdência. Apesar dessa pequena confusão, Bolsonaro ajudou os touros na mesma entrevista.

Petrobras (PETR4)

O presidente adormeceu seu lado intervencionista e sinalizou para uma privatização ampla da Petrobras. A declaração escalou o preço das ações, que encerram em alta com contribuição dos preços do petróleo elevados no exterior.

A PETR4 saltou 0,72% a R$ 27,80, enquanto a PETR3 (PETR3) teve ganhos menores, de 0,26% a R$ 30,66. No radar da estatal também esteve o anúncio do programa de demissão voluntário e a provisão de R$ 1,3 bilhão relacionado ao litígio da Sete Brasil na Operação Lava Jato.

Outras ações

Natura (NATU3) disparou 10,05% a R$ 49,28, tendo no radar que a Avon NA Holdings, subsidiária da Avon Products (AVP), e a sócia Cerberus Investor fecharam acordo para vender a Avon North America para a LG Household & Health Care. Em março, a Natura disse que estava negociando potencial transação envolvendo a Avon. Para analistas do Itaú BBA, a transação elimina alguns pontos de preocupação do mercado em relação a uma potencial fusão entre a Avon e a Natura.

JBS (JBSS3) avançou 6% a R$ 20,16, ainda incentivada por perspectivas positivas para o setor de proteínas no Brasil em decorrência do surto de peste suína africana na China, mas também do anúncio da companhia de que a unidade Seara Alimentos recebeu autorização do governo da Índia para exportar produtos de frango a partir do Brasil.

Bradesco (BBDC4) encerrou com acréscimo de 1,2%, revertendo perdas registradas em boa parte da sessão, que chegaram a 2,8% no pior momento, após divulgação do resultado do primeiro trimestre. O banco teve no período crescimento de 22% no lucro líquido recorrente na comparação anual e agradou analistas, mas ficou em linha com as estimativas.